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E como a pequerrucha bate as palmas, e se lhe accendem os olhitos, quando elle logo alli lhe quer vasar no regaço a caixa de bonecos que comprára, carretas de madeira, raposas de pellucia, uma viola, minusculos apparelhos de cosinha e muitas outras maravilhas!... Elle promette entreter dias inteiros, com a narração do que seus olhos viram: theatros regorgitando de musumés, vestidas como deusas; principes em comitivas resplendentes, passeando em liteiras de charão, e o povo prostrado a adoral-os pelas ruas; serenatas nos rios, barcos vogando a transbordarem de mulheres e enfeitados com balões, gemem as cordas das violas e estalejam nos ares foguetes de mil côres; templos gigantes e enormes sinos badalando; palacios cheios de luxo; jardins cheios de flôres; e por toda a parte a immensa multidão, de velhos, de rapazes, de meninos, feliz, risonha, pachorrenta; e a immensa industria dos bazares, charões, oiros, sedas, porcellanas, adornos sem conta nem medida, tudo digno de ir adornar mansões de fadas, no mundo das chimeras!...

Quando as artes se desenvolvem e nacionalisam, e attingem uma feição independente, inconfundivel, a caricatura, como que traduzindo uma recordação da lenda, vem desempenhar um papel importantissimo, não na pintura, mas nas multiplices affirmações do engenho esculptura, ornamentação da porcellana, da faiança, dos charões, dos bronzes, em tudo.

E as labaredas cresciam, e o incendio lavrava, e aos gritos desvairados dos infelizes ajuntava-se o crepitar das madeiras o estalar das cantarias, a cascalhada dos espelhos, dos crystaes e dos charões, que o fogo devorava. A densa nuvem de que escurecia tudo, illuminava-se com os clarões vermelhos que rebentavam por toda a parte, porque Lisboa inteira derrocada era um brazeiro.

Vae por ahi fóra, direitinha ao templo, a grande rua principal, bordada de arvores varias, lageada; pelos lados espraia-se o labyrintho das passagens, por entre os alinhamentos das barracas, das tendas, das quitandas, armadas de improviso, estiradas pelo chão; e é, á luz frouxa das lampadas, a exposição phantastica das côres, chispando em disparates como n'um campo immenso de kaleidoscopo, correspondendo ás mil industrias que se estendem... Roupas, perfumarias, livrinhos, bocetas, charões, porcellanas, cachimbos, ferramentas, utensilios domesticos, bolos, brinquedos, flores, plantas, tudo: a industria inteira do Japão, se condensa, coalha em museu.

A paisagem extravagante, inverosimil, inacreditavel, das porcellanas e charões, hoje divulgada em toda a parte, é com effeito a paizagem real d'este Japão.