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Atualizado: 3 de outubro de 2025


Emilio Castelar, a quem eu devi uma das raras consagrações da minha vida, depois de umas ligeiras escaramuças que tivemos na imprensa hespanhola, e que arrefeceram um tanto as nossas relações pessoaes, aproveitando uma das visitas da princeza Ratazzi a Lisboa, escreveu-me uma longa carta, na qual, entre outras coisas, me dizia o seguinte: «As luctas da politica, meu querido amigo, por mais gloriosas e brilhantes, não valem uma boa affeição que inunda os nossos corações de uma luz radiosa, divina, a unica capaz de espancar as trevas da discordia

Ao lusitano, como ao hespanhol, affigurou-se indispensavel a seiva americana ao caule ibérico. Era, nos dois casos, a verificação confessada de factos insophismaveis da economia da peninsula hispanica; mas problemas economicos têm de ser resolvidos economicamente. Ora, se Castelar queria que se puzesse em pratica todo o seu programma com a recompensa da consciencia satisfeita, o sr.

Eis onde surgem, e , as divergencias; eis onde collidem as opiniões e onde mais nitidamente se manifesta a complexidade do problema luso-brasileiro. Ha quantos annos Castelar lançou a idéa de estreitar os vinculos hispano-americanos? Ha mais de quarenta e, todavia, o problema ficou sem solução...

A iniciativa do sr. Consiglieri Pedroso no tocante ás relações luso-brasileiras relembra a de Castelar no que concerne ás hispano-americanas. A cultura historica, em ambos fortalecida pelas sciencias politicas e sociaes, levou esses dois espiritos de eleição a encararem o mesmo problema sob aspectos quasi identicos.

Victor Hugo, assimilado e imitado pelos portuguezes, emprehendeu na sua infancia uma viagem á Hespanha. «Essa viagem escreve Castelar tem analogia com a de madame de Stäel á Allemanha.

Sagasta póde talvez ser classificado entre os radicaes. Passa por excellente caracter e por conservador sympathico. Canovas del Castillo, embora defensor de uma causa, é todavia um eminente orador e um notavel poeta. Que a dizer a verdade, abaixo de Castelar, os dois oradores mais afamados são Figueras e Martos. O verdadeiro enthusiasmo hespanhol está, porém, no exercito.

Passando da poesia para a politica, são tantos os nomes, que difficilmente seria possivel recordal-os a todos. Quando estive em Hespanha, contava-se uma anecdota curiosa de Emilio Castelar. Dois estudantes da escola medico-cirurgica de Lisboa tinham ido a Madrid assistir á entrada de D. Affonso XII na cidade, depois de concluida a guerra carlista. Era dia de sessão no congresso. Fallava Castelar.

Como dar realidade ao ridente projecto? Não nol-o soube ensinar Castelar, não nol-o mostrou Silvela: morreram e tudo continua como antes... Oxalá seja mais proveitosa a nossa iniciativa. O sr. Consiglieri Pedroso, com todo o seu saber, labóra num engano.

O que elle pede é a liberdade collectiva, a felicidade da sua patria, mas se o destino lhe fôr adverso, contentar-se-ha com a liberdade individual, volverá á modesta posição de escriptor, aos seus jornaes americanos, á sua velha propaganda até que resurja de novo a aurora, porque Emilio Castelar morrerá republicano, sorrindo á liberdade.

Dizia Emilio Castelar: «Reunir as idéas de todos os nossos escriptores; communicar ao Novo Mundo o espirito hespanhol sob todas as suas formas raras e variadas; lembrar-lhe todos os dias, sob todos os tons da nossa lingua, que aqui vivem homens que são seus irmãos; mostrar a seus olhos o ideal de um futuro de paz, em que pela reunião das nossas forças e das nossas intelligencias poderemos fazer germinar nas entranhas dessa infeliz America, ferida pela tempestade, e no seio desta desgraçada Hespanha consumida pelas cinzas das suas ruinas, uma sciencia nova e uma literatura nova; fazer tudo isto com uma constancia, que lembre o nosso antigo caracter, e fazel-o sem outra recompensa além da satisfação da nossa consciencia, é um dos maiores e mais positivos beneficios que se podem conceber para a nossa raça abatida

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