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Atualizado: 22 de julho de 2025
Esta parte tambem é omissa no Cancioneiro da Vaticana, por que aí se encontram outra vez trovadores dos supracitados, como João Garcia, D. Fernam Garcia Esgaravunha, Pero Mastaldo, Gil Peres Conde, Dom Ruy Gomes de Briteiros, Fernam Soares de Quiñones, etc.
A primeira questão que o Cancioneiro portuguez do Vaticano sugere é determinar as suas relações com os antigos cancioneiros provençaes portuguezes em grande parte perdidos; esta circumstancia complica o problema critico, e por isso importa bem determinar aproximadamente o numero d'essos cancioneiros para se fazer o processo de filiação.
No Cancioneiro da Vaticana encontram-se canções do Conde, de Affonso XI e grupos de canções do Codice da Ajuda em numero de cincoenta e seis assignadas por fidalgos da côrte de D. Diniz. Foi encorporado no codice da Vaticana depois da canção 79. Isto explica as pequenas relações com o Codice de Roma.
O apparecimento do Cancioneiro portuguez da Bibliotheca do Vaticano, que encerra quasi toda a poesia lyrica do fim da edade media em Portugal, veiu mais uma vez provar a superioridade da iniciativa individual sobre a estabilidade inerte das instituições collectivas que apenas apresentam o vigor do prestigio official; desde 1847 que a Academia real das Sciencias de Lisboa deixava jazer no pó do archivo de Roma este importante documento nacional, e foram sempre ficticios os esforços para obter uma copia d'elle, que de ha muito devera ter sido reproduzida no corpo dos Scriptores, que forma uma das partes dos Portugaliae Monumenta historica.
Não ha provas, de resto, de que aquellas tenham sido conhecidas em Portugal, ou, pelo menos, de que se lhe haja ligado a minima importancia. Apenas em o Cancioneiro geral se nota uma tendencia accentuada para o symbolismo e allegoria e uma forte inclinação para o didactismo, em um gosto de eruditismo escolastico.
A musica do Cancioneiro da Ajuda tambem foi abandonada, por que foram substituidos nos costumes outros instrumentos e outras tonadilhas; no poema francez de Bertrand Du Guesclin, fala-se de cantores bretãos na côrte de D. Pedro I de Portugal.
Foi já n'esta nova corrente poetica e com o fervor que ella despertara que se começou a formar o vasto cancioneiro, de cuja existencia se sabe por quatro apographos. Crêmos que o compilador que trasladou ou organisou o texto authentico d'onde saíu o apographo do Vaticano, não soube da existencia do Cancioneiro da Ajuda, apezar das cincoenta e seis canções communs a ambos.
Nem por isso a sua belleza seria menor, nem por isso seriam menos admiraveis os versos purissimos d'essa purissima obra d'arte. O auctor teria, neste caso, affirmado mais poderosamente as suas faculdades de poeta e de artista, porque seria um semi-creador. E o Cancioneiro, reduzido a uma imitação, não diminuiria de valor sob o ponto de vista litterario.
N'esta mesma carta ao Condestavel de Portugal, allude o Marquez aos talentos poeticos de seu avô e cita varias das suas composições: "E Pero Gonzales de Mendoza, meu avô, fez boas canções". Crêmos que por esta via é que o cancioneiro foi copiado para Castella, copiado dizemos nós porque se conforma com um grande cancioneiro já organisado, de que o de Roma é um apographo terciario.
A pequena distancia a que ficam uma da outra estas canções, provam-nos que o copista italiano transcreveu materialmente uma compilação já formada; e por tanto tudo quanto se pode concluir sobre estas canções identicas liga-se á formação d'esse cancioneiro perdido d'onde se trasladou o codice da Vaticana.
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