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Atualizado: 7 de julho de 2025


E ao sentir as patas lentas das egoas, ao avistar tão inesperadamente o cunhado o bom Barrôlo quasi se despenhou da varanda: Oh Gonçalo! Oh Gonçalo!... Vaes para casa? E nem esperou uma certeza, berrou de novo, bracejando: Nós vamos! Jantámos esta tarde... A Gracinha está em cima, com a tia Arminda. Vamos tambem!

Então o bom Barrôlo, que deante da sua terrina da India enrolava um cigarro com pensativo cuidado, correu, desafogou, debruçado sobre Gonçalo, da certeza que lentamente o invadira: Pois, menino, sempre te digo... Essa irmã do Noronha é um mulherão soberbo! Mas o que eu não acredito é que ella se fizesse arisca. Com o Cavalleiro, bonito rapaz, Governador civil?... Não acredito.

Barrôlo no emtanto abraçára o hombro possante do Titó, com quem mergulhou no vão da janella, n'uma confraternidade d'ideias, gracejando: Pois eu, sem ser dos taes parceiros, tambem mando nos bocados de Portugal que mais me interessam por que me pertencem!... E sempre queria vêr que esse S. Fulgencio, ou o Braz Victorino, ou os politicos do Terreiro do Paço, se mettessem a dispôr nas minhas terras, na Ribeirinha ou na Murtosa... Era a tiro!

Logo á porta do quarto, Barrôlo atirou os braços, rompeu aos brados: Então gue tem sido tudo isto?... Não se falla n'outra coisa!... Tu com o André! Gracinha, arfando, tão vermelha como as fitas do chapeu, balbuciava: E nem vens, nem escreves... Nós com tanto cuidado...

O Cavalleiro, rindo, amansou aquelle fervor faustoso: Não, meu caro Barrôlo, não! Nós preparamos uma eleição muito sobria, muito socegada. Villa Clara elege Gonçalo Mendes Ramires deputado, naturalmente, como o seu melhor homem. Não ha combate, o Julinho é uma sombra. Portanto... O Barrôlo persistia, radiante, gingando: Perdão, André, perdão!

Bravo! bravo! bramou o Barrôlo, com palmas delirantes. Saltem para os quinze tostões, Snr. Marquez de Treixedo! Uma onda de sangue cobria a fina face de Gonçalo.

Na outra primavera o Barrôlo, agora escravisado pela paixão d'obras, imaginou demolir o Mirante para construir outra estufa, mais vasta, com um repuxo entre palmeiras, que formaria «um jardim d'inverno catita

E a fila acavallada, onde Padre Sueiro rebolava a reboque, enfiou para a livraria que o Barrôlo aferrolhou, gritando ainda a Gracinha, com uma inspiração: Esconde as sangrias! Pobre Gracinha!

Esta de Lisboa é uma parceria politica, que governa a herdade chamada Portugal... Nós os Portuguezes pertencemos todos a duas classes: uns cinco a seis milhões que trabalham na fazenda, ou vivem n'ella a olhar, como o Barrôlo, e que pagam; e uns trinta sujeitos em cima, em Lisboa, que formam a parceria, que recebem e que governam.

Mas Gonçalo Mendes Ramires, que dominava soberanamente o bom Bacôco, logo o intimou a não visitar o Sr. Governador Civil, a não o saudar sequer na rua, e a partilhar, por dever d'alliança, os rancores que existiam entre Cavalleiros e Ramires! José Barrôlo cedeu, submisso, espantado, sem comprehender.

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