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Uma brisa tépida e macia como velludo susurrava nas folhas dos olmos. Bandos de rolas arrulhavam meigamente. E de ramo em ramo faiscavam as azas de passaros mais brilhantes que joias. Nenhum fallava, no enlevo d'aquella paz e d'aquella doçura.

No pombal, que ficava ao lado, perto da capoeira, arrulhavam as pombas aos pares. Errava no ar um dormente zumbido de moscas. E esta? bradou Nuno, de súbito, pousando sôbre uma cadeira a carta que tinha entre as mãos. Que é? inquiriu Júlia, aproximando-se. Alguma novidade? Uma novidade estupenda. Nem tu calculas. Sabes quem vem , fazer-nos uma visita? Não sei, não posso adivinhar...

Uma vez por outra, o céu desanuviava-se, as manhãs raiavam límpidas como uma imensa e pura flor azul que desabrochasse iluminada por um sol muito louro que dourava os outeiros, os cimos dos montes, tocava as altas ramarias dos arvoredos dum fulgor vivo que parecia arder, scintilar no esplendor da atmosfera. Então, a alegria ressuscitava na paìsagem soturna como uma ave que, pela primavera, é de repente surpreendida pela alvorada gloriosa entre os ramos floridos e começa a cantar sob o mistério celeste de que vitoriosamente desce a luz. Envolvidas pelo banho fulvo da claridade, as próprias coisas inertes pareciam impregnar-se de alma, davam a ilusão de serem dotadas de movimento. Errava no ar uma beleza esparsa; as perspectivas, na nitidez do ambiente, prolongavam-se indefinidamente, cheias de poesia e de vago. A vivenda, elevando-se no meio do jardim, com as suas grossas paredes, as suas varandas, os seus telhados de largo beiral onde as pombas arrulhavam em certos instantes, as suas escadas de pedra com grades de ferro pintadas de verde, em que as roseiras de trepar se enroscavam, animava-se tambêm com o júbilo triunfal daquela festa da natureza. Mais satisfeitos e expansivos, os criados palravam na cozinha,

As aves que arrulhavam na rama dos pinheiros, o musgo que rastejava pelos troncos carcomidos, a pedra alva e fria que o regato polia, as aguas que desciam pressurosas, todos n'um côro unisono cantavam louvores ao seu destino. elle estava proscripto da alegria, pela propria loucura! Sentou-se á beira do caminho, a cabeça pendida, amparada entre as mãos, n'uma agonia de tristeza.

A solidão da rua que, em baixo, se escoava na sombra, a frialdade do vento, tudo o que para êle havia de novo, de desconhecido, naquela noitada iniciadora, excitavam-no, sacudiam-no. Fumando, olhava as alturas celestes que, no esplendor das constelações scintilantes lhe sugeriam arabescos de luz, uma estranha feeria que ardesse, rutilasse na escuridão. Dentro, os beijos arrulhavam.

E, por toda a parte, entremeiando-se com os buxos, enroscando-se a uma macieira em flôr, serpenteando pelos muros, subindo pelas sebes, uma opulenta floração de rosas de toda a côr, rosas de oiro pallido, rosas roseas, rosas vermelhas a estremecer, como labios de que vão cair os beijos, rosas escuras, enormes, sensuaes e dolorosas, umas ainda em botão, misteriosas como as adolescentes, outras totalmente abertas, sem enigma, como as amantes antigas todas ellas misturavam o seu perfume no jardim quieto, em que as pombas arrulhavam, beijavam-se e depois partiam em vôos curvos, as azas brancas a brilhar ao sol.

Consolados, parámos n'uma fonte de marmore vermelho e negro, abrigada á sombra de sycomoros onde arrulhavam rôlas: ao lado erguia-se uma tenda, com um tapete na relva coberto d'uvas e de malgas de leite; e o velho de barbas brancas que a occupava saudou-nos em nome de Allah, com a nobreza de um patriarcha.

Palavra Do Dia

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