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Atualizado: 14 de outubro de 2025
Foi n'esta crise da adolescencia que em Anthero de Quental desabrochou o talento poetico e a paixão revolucionaria, que deu origem a uma liga de espiritos emancipados de todo o supernaturalismo e de toda a auctoridade temporal, que se denominou a Sociedade do Raio.
A idéa da finalidade, combatida pela escola monista, é sustentada por Anthero d'um modo superior e original. A evolução, diz elle, implicando a idéa d'um typo, que as formas evolvendo, tendem a realisar, implica por isso mesmo uma finalidade. Quem diz evolução, diz progresso. Ora progresso que não tende para cousa alguma que não tem um typo e um fim, não se comprehende.
Mas Anthero de Quental longe de ter adoptado a linguagem semi-barbara á força de requintada, com que Amiel pretendeu naturalisar latinas abstracções puramente e genuinamente germanicas, é pelo contrario um escriptor de raça, um escriptor de primeira ordem, dando ao seu sonho, vago como é, o molde nitido e magistral d'uma linguagem riquissima, e sabendo em certas horas ser um prosador de largo folego, um critico sagacissimo e cheio de penetração genial.
Esta poesia, a instancias de Anthero do Quental, foi publicada por Guilherme de Azevedo e por isso pouco ou nada alterámos da fórma que primitivamente lhe démos. Paginas 127 a 131 Foi escripta na epocha em que costumavamos passar parte do verão em companhia do Dr. Antonio da Silva Gayo, no Bussaco, n'esta montanha a que nos prendiam tão gratas recordações da nossa vida universitaria!...
Entre outros escriptos de Anthero ahi sahidos, lugar mui saliente occupa A Biblia da Humanidade, trabalho philosophico de ancha envergadura e largos horisontes, que pena é ter ficado incompleto. Não obstante isto entendi que deveria elle entrar, por seu incontestado valor, na collecção, em que tão piedosamente ponho empenho, de todas as suas obras esparsas, e para o presente opusculo o traslado.
Mas não continuo com estas reflexões, porque desejo fazer d'ellas o assumpto de um escripto, até a certo ponto em resposta aos artigos de V. e que publicarei em fórma de carta, se V. levar isso a bem. E termino, minha senhora, pedindo a V, que me consinta assignar-me d'aqui em diante, como realmente sou, seu muito amigo. Anthero de Quental»
O outro, Anthero do Quental, imbuido de todas as virtudes, de todos os vicios do seculo, baloiçado e combatido pelas doutrinas scepticas e desoladoras do tempo presente, d'espaço a espaço illuminadas por um brilhante lampejo de vivissima fé, de confiança no futuro, não detem sequer um instante, nos tempos que já lá vão, o olhar perdido em vagas contemplações.
Foi Anthero quem iniciou a critica impessoal, a critica objectiva, desapaixonada, fria, inspirada por um sentimento de equidade e de justiça critica, em summa, que é uma lição; porque ensina, e que pode fazer do criticado um adversario, mas nunca um inimigo e do critico um juiz, mas nunca um louvaminheiro nem um delator.
Se o considerarmos do ponto de vista pratico e material, d'onde a maior parte da gente se colloca para julgar os homens e as cousas, Anthero não era realmente um infeliz. Tinha, pelo contrario, mil predicados, mil qualidades invejaveis.
A antiguidade não tinha este prurido de penetração psychologica; por isso a antiguidade foi feliz, radiosa, activa e sã. Comtudo, dado o nosso gosto pronunciado para este genero de estudos, ainda bem que Anthero escreve, e que Amiel escreveu.
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