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Meu caro Manuel Talvez julgasses encontrar aqui uma longa carta em linguagem empolada, fallando-te de muita cousa bonita, mas de que tu nada entendesses; pois estás completamente enganado. Dir-te-hei sómente que, escrevendo estas poucas linhas, nada mais intentei, que dar-te uma prova, ainda que debil, da minha sincera amizade. Teu do coração Abilio Guerra Junqueiro.

Prova de que de Miranda recebeu uma educação classica. Esclarecerá tudo, talvez, o saber-se que de Miranda nasceu em Coimbra, que vem sendo de seculos o mais importante centro intellectual do paiz. Centro que tem inspirado a poesia desde de Miranda até Garrett e, posteriormente, até João de Deus, Guerra Junqueiro, Anthero e Eugenio de Castro.

Entre os trabalhos estatueta-retratos, muitos d'elles de pessoas nossas conhecidas, ha alguns com quem appetece conversar um pouco. A do Marcos Guedes, a do Pae Ramos, (ambos estes collegas do Janeiro), a do Snr. Caetano Pinho da Silva, a do nosso querido Teixeira Lopes, a de Guedes d'Oliveira são magnificas. Ha tambem um retrato do grande poeta Guerra Junqueiro (phantasia), que é muito interessante. Guerra Junqueiro é apresentado com uma tunica que lhe cae sumptuosamente como a um propheta, tendo o braço direito levantado em menção de quem préga o Evangelho, e no braço esquerdo as taboas da lei.

Quando eu estava ouvindo as palavras de João Penha, lembrava-me da phrase de Junqueiro nos Simples: «A fórma poetica encaminha-se á solução final. Horisonte immensoHorisonte immenso, sim, porque não ha medida para o verso, que vai até onde quer ir. De outro modo não percebo a phrase de Junqueiro.

E talvez não sejam. Em Coimbra, Guerra Junqueiro era, como todos os outros, um satellyte que gravitava em torno de João Penha, o chefe incontestado, antes adorado, do cenaculo, da bohemia, e da Folha. O tempo rolou a sua pesada mole por sobre as illusões d'esses rapazes que eram então a fina flôr da geração academica.

Atraz d'elle grasnou por largo espaço de tempo um rancho de patos n'uma vozeria medonha imitando-lhe a belleza das rimas, e a estructura da phrase. A "Morte de D. João" de Guerra Junqueiro produziu de subito um cataclysmo como se se rasgassem as entranhas da terra e uma cratera se abrisse vomitando a lava em rolos de fumo.

Eduardo de Abreu, desligado do partido progressista e filiado, com Guerra Junqueiro, no partido republicano, houve de fazer as suas reuniões no salão do theatro D. Maria e de ali centralisar o trabalho que lhe estava affecto.

O que ha de ficar e sobreviver ás escolas (porque o snr. Guerra Junqueiro de certo não crê em Taine, e é realista na maxima latitude da palavra) são estas paginas da Morte de D. João, alumiadas pelos relampagos do genio. Este livro será lido por aquelles mesmos que o malsinarem de propagador de peçonha em calices de ouro.

E vibramos, e protestamos, e actuamos tão intensamente que seduzimos e attrahimos até nós, como guias e como balsões de redempção e luz, poetas e pensadores formidaveis, como Anthero e Junqueiro... Novos, muito novos que então eramos, seguramente. Mas as «Farpas» haviam sido a nossa biblia.

Dividamos os restantes em dois grupos. No primeiro o dos poetas e phantasistas collocaremos Anthero, Junqueiro, Camillo, Theophilo; no segundo o dos propriamente criticos Oliveira Martins, Eça, Ramalho, Fialho. Propositadamente, colloquei o Snr. Dr.

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