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A iniciativa partiu da mocidade academica, e ainda que tenho uma profunda estima por todas as iniciativas que partem do coração ardente da gente moça, ainda que me sinto impellido para acceitar todos os pensamentos em que palpita exuberantemente a seiva da idade juvenil, não devo esquecer que os academicos são moços e que as idéas da mocidade são quasi sempre flores e não fructos.

Que fosse; o ensino estava ao par do que vira no extrangeiro; não era a Medicina que honrava Coimbra, a antiga capital intellectual do país; honravam-na todas as faculdades, destacando-se a de Direito, onde o professor Alves, que ensinava Direito Patrio, remontava o estudo da sua cadeira ás edades paleolithicas; que fosse ao menos assistir á festa dum capello, aconselhava com interesse: era a festa academica por excellencia.

O caso, occorrido em maio de 1895, dos estudantes da Eschola-Medica de Lisboa, parodiando, com o concurso da mocidade academica de outras escholas, um acto celebrado, dias antes, pelos poderes constituidos, é altamente caracteristico.

O poema de Gaia de João Vaz, de Evora, pertence a esta épocha, e é um precioso monumento que assignal-a na litteratura portugueza esta transformação. O romance popular, perdendo o genio rude, perdêra a fórma octosyllabica, ia tomando a fórma heroica da outava academica, como o poema de Roncesvalles de Balbuena.

O seu espirito doirava-se ainda de um reflexo de alegria, sem constrangimento, que era como que o ultimo elo da sua tradição academica. Tinha passado de Coimbra para Lisboa serenamente, sem tempestades da vida, que envelhecem a alma antes do alvejar da primeira .

Encostei-me, desalentado, a um castanheiro, e fiz da minha pobre cabeça uma cabeça academica. Pensei muito, estabeleci varios raciocinios, que conspiraram em provar-me, que, perto d'alli, devia existir uma povoação, por isso que os castanheiros, campos, e paredes eram indicios de aldêa proxima. N'este comenos, ouvi um mugido de boi, e em seguida uma sineta, que tocava ás «Ave-Marias

Num ha logar. Tendo João Penha alludido a mais de um dos poetas, que constituiram a constellação academica da Folha, para entrelembrar casos e anecdotas da bohemia coimbrã, disse-lhe eu de repente: Por que não escreve as suas memorias de Coimbra? Não tenho tempo, respondeu elle. Encheriam tres volumes.

E esta sua prosa é muito portugueza na dicção; portugueza de dois seculos atraz, quinhentista pela fórma intertelada e urbana, seiscentista pelo requinte, e sobre tudo dissonante para quem conhece a verdadeira eurythmia da lingua, pela mistura insólita e desnatural da gravidade academica com as locuções desenfadadas e legitimas do nosso povo.

A pagina academica é para mim, como para os que a viveram, riquissima de reminiscencias, e nem podia ser de outra fórma, pois abrange a melhor monção da existencia. Não tomarei della porem sinão o que tem relação com esta carta.

Eu tinha visto Affonso de Teive, em Coimbra, n'aquella primeira época, matriculado no curso philosophico. Pertencia ao circulo de litteratos, creadores da Revista Academica e Trovador; e tambem, nas horas furtadas ás palestras litterarias quasi sempre controversias ácerca da primazia de Lamartine ou Victor Hugo pertencia á grande tribu dos trossistas, gente arruadora e desatinada, para quem as saudosas tradições do famigerado José Lobo não tinham ainda esquecido. Esta dualidade em Affonso de Teive era uma distincção, que o tornava menos agradavel aos litteratos circumspectos, e menos estimavel tambem aos camaradas das assuadas e motins nocturnos. Affonso era poeta n'um genero galhofeiro, quando queria; e dedilhava o alaude das elegias, se lhe dava para lastimar-se, ou carpir saudades imaginarias de mulheres, suas amadas, fugidas d'este lamacento globo para os plainos balsamicos do céo.

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