United States or Faroe Islands ? Vote for the TOP Country of the Week !


Irei de cadeirinha, de carroção ou em maca. Manda pedir o cavallo emprestado ao Longuinhos do Bom Jesus do Monte. Ou isso. Mas vamos a resolver o caso do chapeu. Está resolvido, disse o Ozorio mais velho. Eu tenho uma claque e um chapeu alto. Tu levas a claque e eu o chapeu alto. Para encheres de pasteis é melhor do que a claque. Tu não te perdes, maganão!

Minhas é que são... interveio o Ozorio, querendo deitar agua na fervura. Perdão! insistiu o escrivão de fazenda. A casaca será de v. ex.ª, mas a claque é minha. Tem graça! Fui eu que a emprestei a meu primo. Torno a pedir perdão. O primo de v. ex.ª, ainda agora, dentro, trocou a sua claque com a minha, que tambem estava sobre a mesa.

Aqui, um pouco curvado, o cabello levantado e branco, faces córadas, um sorriso docemente ironico, deixando vêr atravez das suas lunetas uns olhos penetrantes e expressivos, o ministro de Portugal em Madrid, vice-presidente da camara dos pares, passa nas salas, sobraçando a claque.

Quando elle tinha sobraçado a claque, o escrivão de fazenda, que estava de , reparando na outra claque que tinha ficado sobre a mesa, dirigiu-se ao morgado de Boaças: V. exenganou-se... Enganei-me! Como? Essa claque não é de v. ex.ª. O morgado olhou fito no escrivão de fazenda, voltou-lhe as costas e dirigiu-se para a porta.

Luiz de Lemos! Eu nunca ouvi falar sequer d'esse nome! disse madame Araujo. O Taveira resolveu-se a contar a historia da claque do seu amigo Luiz de Lemos, que todos nós sabiamos de cór e argumentada. Luiz de Lemos chegou a Braga ás cinco horas da tarde, sem ser esperado dos primos do Campo Novo.

O escrivão de fazenda seguiu-o, e no corredor, abordou-o: Essa claque não é de v. ex.ª. Não é, não sr., mas que tem o cavalheiro com isso? Peço perdão a v. ex.ª, mas ha aqui um pequeno engano... Não ha engano nenhum, replicou o morgado. Acha que a claque não é minha? Parece-me... Pois tambem a casaca não é. Ora aqui tem. E, mal humorado, tornou a voltar-lhe as costas.

Á noite, como se realmente não tivessemos nenhuma intenção reservada, principiámos por dar a palavra ao Taveira, que ainda não tinha falado. Contasse elle alguma partida do seu amigo Luiz de Lemos, com que tantas vezes nos tinha matado o bicho do ouvido. A historia da claque, por exemplo. Vocês estão fartos de ouvil-a! disse elle. Mas nem madame Araujo nem seu esposo a conhecem de certo.

Foi então que o engano se desfez, mas, como désse muito que rir aos tres primos, toda a gente quiz saber o que era e toda a gente ficou sabendo em Braga que o morgado de Boaças tinha ido n'aquella noite ao baile do commendador Raio com uma casaca emprestada e uma claque que não era sua. O brazileiro commentou que não havia nada mais facil de acontecer do que uma troca de chapeus.

E ainda o ecco murmurava os últimos gemidos d'aquelle diabo de tragedia, e o D. Affonso galgava a quatro e quatro os degráos da escada, sem corôa, sem sceptro, sem barbas, respondendo ao contra-regra, que o chamava para ir agradecer os applausos da claque: Vão para o diabo! E, meia hora depois, que alegria!

Encontrando o primo Frederico no salão, o morgado de Boaças desfechou-lhe com vivacidade: Tu és um patife! Porque? Porque não és capaz de guardar um segredo. Que segredo? O da claque. Mas que dizes tu?! E o da casaca tambem... Mas a quem diabo fui eu contar que te emprestei a claque e a casaca? A quem? Ao escrivão de fazenda! E és tolo.

Palavra Do Dia

alindada

Outros Procurando