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Jantaram pantagruelicamente, comendo bem e bebendo melhor. Ás 9 horas davam os tres primos entrada nos salões do commendador Raio, que estavam deslumbrantes de bellezas bracarenses. Luiz de Lemos valsou, polkou, namorou, com o prestigio que lhe dava a sua lenda de morgado rico de Boaças. Mas, a meio da noite, lembrou-se de que ainda não tinha fumado. Encontrou um dos primos.

Mas, de subito, n'aquella noite, lembraram-lhe os primos Ozorios de Braga, dois pandegos, e, ao recolher do theatro, fez a mala e disse ao criado da Aguia d'ouro que o chamasse ao romper da manhã. V. exretira-se para Boaças? perguntou o criado, admirado de que, d'esta vez, o rega-bofes durasse tão pouco tempo. Não. Eu vou a Braga, visitar os primos Ozorios.

Apeteceu-lhe aproveitar os primeiros dias de verão, alegres e quentes, e a resolução d'essa pequena jornada ao Minho foi tomada de repente, uma noite, ao sair do theatro Baquet. Tinha chegado de Boaças dias antes, apenas com o seu fato de verão e alguma roupa branca na mala. Não contava passar do Porto.

Foi então que o engano se desfez, mas, como désse muito que rir aos tres primos, toda a gente quiz saber o que era e toda a gente ficou sabendo em Braga que o morgado de Boaças tinha ido n'aquella noite ao baile do commendador Raio com uma casaca emprestada e uma claque que não era sua. O brazileiro commentou que não havia nada mais facil de acontecer do que uma troca de chapeus.

Uma philosophia como qualquer outra. A manhã estava deliciosa, fresca e lucida, excellente para jornada. Almoçou na Carriça, tornou a almoçar em Villa Nova de Famalicão, e almoçaria terceira vez em Braga, se não preferisse jantar. Os primos Ozorios do Campo Novo, encantados com a visita do morgado de Boaças, disseram-lhe que iam para a mesa. Vocês ainda jantam? perguntou o morgado.

Encontrando o primo Frederico no salão, o morgado de Boaças desfechou-lhe com vivacidade: Tu és um patife! Porque? Porque não és capaz de guardar um segredo. Que segredo? O da claque. Mas que dizes tu?! E o da casaca tambem... Mas a quem diabo fui eu contar que te emprestei a claque e a casaca? A quem? Ao escrivão de fazenda! E és tolo.

Quando elle tinha sobraçado a claque, o escrivão de fazenda, que estava de , reparando na outra claque que tinha ficado sobre a mesa, dirigiu-se ao morgado de Boaças: V. exenganou-se... Enganei-me! Como? Essa claque não é de v. ex.ª. O morgado olhou fito no escrivão de fazenda, voltou-lhe as costas e dirigiu-se para a porta.

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