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Alberto de , um dos cavalheiros mais distinctos da nossa sociedade elegante e D. Ermelinda Jorge a formosa filha do director do Banco Commercial, que os noivos tinham sido acompanhados á gare do Caminho de ferro por um numeroso sequito e arrastado na aza vertiginosa do comboyo, iriam passar a lua de mel na floresta do Bom-Jesus

Depois do casamento os noivos iriam para Braga, passar a lua de mel no Bom-Jesus. Era moda dizia-se havia tom n'este voejar de pombos livres para a solidão tranquilla das florestas. Ermelinda foi a casa mudar de vestido e o sequito esperando-a, acompanhou-os até Campanhã, enchendo a gare. Muitos abraços trocados, mas a machina silvou, um grande silvo agudo, vibrante como um gemido soluçado.

Os noivos chegaram á tarde; vinham moidos, o corpo quebrado, n'uma lassidão relaxada, as roupas brancas sujas do fino carvão da locomotiva, anciosos de banho, um banho fresco, que os estimulasse, dando-lhe tom aos nervos fatigados; deitaram-se cedo, pouco loquazes para com o Jorge, que, os interrogava ácerca dos monumentos de Braga, a velha , onde se mostram os altos sapatos d'um bispo pequenino, e o Bom-Jesus, a Cintra do Porto, um bello panorama, um dos primeiros do paiz, segundo diziam pessoas authorisadas.

Ainda n'aquella noite iriam para o Bom-Jesus; que lindo! subir a montanha á luz candida da lua, elles, agora tão felizes, tão amiguinhos um do outro dizia Ermelinda. E se nós fossemos ámanhã? ponderou Alberto. Ámanhã, ora, que tolice! replicou enfastiada. Tolice, não; ia-se mais descançado.

Ou a lua de mel deve exprimir a synthese da felicidade e essa deve durar sempre, não póde limitar-se a uns bons dias apenas, ou ella exprime sómente uma convenção idylica entre os noivos e é isto o germen de futuras questões, de dissidencias graves, que terminam muitas vezes no adulterio, no divorcio. Que faz o Alberto em ir com a Ermelinda pipillar idylios nas carvalheiras do Bom-Jesus?

Ai, o Bom-Jesus!... suspirava e estendia-se lassidamente na sua chaise-longue, preguiçosa, sem vontade de trabalho, quebrada pelos excessos d'aquelles dias voluptuosos, os melhores da sua vida, a imaginação revoando ao encontro desses momentos de febre, os braços inteiriçando-se n'um espreguiçar de creoula, bocejando frequentemente.

Na imaginação d'Ermelinda, Alberto cahira no prosaismo das commodidades triviaes, um materialão, ora vejam , e eu que o julgava uma alma apaixonada, radiosa de luz, de poesia d'amor... e fiava que o futuro lhe descobriria ainda mais em relevo esses defeitos, que elle não saberia ter as delicadezas subtis, de que toda a mulher se quer vêr rodeada, como n'uma onda de finissimo arminho, que seria talvez grosseiro, conhecera-o na ruga animada da sobrancelha, quando lhe contrariou o seu desejo de irem n'aquella mesma noite para o Bom-Jesus.

Ha pouco que que da villa de Peniche nos escreviam o seguinte: «Tendo havido quem ousasse revolver e desfazer o tumulo em que jazia o cadaver de D. Luiz de Athaide, na igreja do extincto convento do Bom-Jesus desta villa, o facto excitou nos que concorreram a observar os despojos mortaes daquelle heroe vivos desejos de ouvirem falar da sua vida e feitosNão nos fallecem cartas em que se contenham noticias de analogas profanações.

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