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Não te allucines, porém prosegui, vendo nos olhos de Jorge a lucidez do enthusiasmo, accusando o proposito de se abrasar no primeiro amor, que lhe deparasse o acaso. Não te allucines em presença de qualquer mulher com sorrisos de Virginia, que tanto servem de elogio ao pudor como de epitaphio da innocencia. Não respires com sofreguidão o aroma das primeiras flôres, que encontrares.

Inclinou-se a apanhal-a; não era moeda, era uma simples carta. Abriu a carta distrahidamente e leu-a espantado: era de Reginaldo a Virginia... Basta! interrompe-me o leitor; adivinho o resto. Virginia casou com o Reginaldo, as moedas passaram ás mãos do Falcão, e eram falsas... Não, senhor, eram verdadeiras.

Falcão sorria e bebia a droga. Ella sentava-se ao da cama, contando-lhe historias, espiava o relogio para dar-lhe os caldos ou a gallinha, lia-lhe o sempiterno Saint-Clair. Veiu a convalecença. Falcão sahiu a alguns passeios, acompanhado de Virginia. A prudencia com que esta, dando-lhe o braço, ia mirando as pedras da rua, com medo de encarar os olhos de algum homem, encantavam o Falcão.

Os mais intimos padeciam mais, porque elle dizia-lhes brutalmente que ainda não era cadaver, que a carniça ainda estava viva, que os urubús enganavam-se de cheiro, etc. Mas nunca Virginia achou n'elle um instante de máu humor. Falcão obedecia-lhe em tudo, com uma passividade de creança, e quando ria, é porque ella o fazia rir. Vamos, tome o remedio, deixe-se disso, vosmecê agora é meu filho...

Era outra vez a filha perdida. Esta ha de fechar-me os olhos, dizia elle comsigo. Não era facil. Virginia tinha dezoito annos, feições lindas e originaes; era grande e vistosa. Para evitar que lh'a levassem, Falcão começou por onde acabara da primeira vez: janellas cerradas, advertencias á preta, raros passeios, com elle e de olhos baixos. Virginia não se mostrou enfadada.

Respeito-o muito, meu padre, para vir importunal-o com assumptos que lhe parecerão talvez pueris... Bem sei!... Negocios do coração... Temos amores no caso... São os primeiros rebates da virilidade no coração de um adolescente. Vamos! quem é a tua Virginia, meu Paulo? perguntou jovialmente o sacerdote.

A desgraça tem este condão mysterioso: torna-nos irmãos involuntariamente. Não é verdade, Virginia, que tu nunca me has de abandonar? E quem pensará em tal, senhora Viscondessa? Pois bem: espera um bocadinho, que me has de levar uma carta á rua da Emenda. O que V. Ex.^a quizer, minha senhora.

Pois vai: a minha querida Miquelina, o meu anjo que corava se o meu halito lhe roçava nas faces, a minha pudibunda Virginia que recebeu o meu primeiro beijo a tremer, a minha mimosa sensitiva que parecia resequir-se á mingoa dos meus carinhos... sempre queres que te diga? Pois então? A minha promettida esposa... fugiu com um... digo? Acaba, homem!

Tem «telha», é o que tem afirmou uma outra, Luísa, a quem Paiva fazia ardentes confissões, prometendo-lhe um scetro, uma realeza. Ou um scetro ou um poema. Escolhe gaguejava êle. E pode ser que, para a imortalidade, te convenha mais o poema. Ainda não morreram Beatriz, Laura, Virgínia. Ainda nem sequer morreram aquelas loiras germânicas cantadas por Goëthe. Quem são essas damas? inquiriu Luísa.

Como estremaste os destinos de Séneca e Nero? de Virginia e Aggripina? Quando és tu o galardão da virtude, a socia fiel do nobre espirito, o premio benemerito do coração immaculado? Na gloria da sabedoria? Entraste, por ventura, na alma do philosopho, que tentou levar as multidões ao teu sanctuario? Orvalhaste-lhe a aridez do espirito abraseado em ancias de achar-te aqui?

Palavra Do Dia

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