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Atualizado: 24 de junho de 2025


Jacintho provou, cuspiu, blasphemou... Não tomamos chá. Ao cabo d'outro pensativo silencio, murmurei, com os olhos perdidos no lume: E as obras de Tormes? A egreja... haverá egreja nova? Jacintho retomára o papel e a thesoura: Não sei... Não tornei a receber carta do Silverio... Nem imagino onde param os ossos... Que lugubre historia! Depois chegou a hora das luzes e do jantar.

Pelo menos não consentia o meu Jacintho que essas semanas da silvestre Tormes interrompessem a illimitada accumulação das noções porque uma manhã rompeu pelo meu quarto, desolado, gritando que entre tantos confortos e fórmas de Civilisação esqueceramos os livros! Assim era e que vexame para a nossa Intellectualidade! Mas que livros escolher entre os facundos milhares sob que vergava o 202?

Mas ambos os casos appareciam ao meu Principe como irremediavelmente destruidores do seu conforto... Não, escuta, Jacintho... Se o Grillo encalhou em Medina, dormiu na Fonda, catou os percevejos, e esta madrugada correu para Tormes.

Eh, meu Jacintho... A arvore que cresce mais depressa é o eucalypto, o feiissimo e ridiculo eucalypto. Em seis annos tens ahi Tormes coberta de eucalyptos... Tudo tão lento, Fernandes... Porque o seu sonho, que eu comprehendia, seria plantar caroços que subissem em fortes troncos, se alargassem em verdes ramarias, antes de elle voltar ao 202, no começo do inverno...

E toda a noite me interrogou ácerca da serra e de Tormes, que eu conhecia desde pequeno, por que o velho solar, com a sua nobre alameda de faias seculares, se erguia a duas legoas da nossa casa, no antigo caminho de Guiães á estação e ao rio.

Por fim, como se remoesse uma sentença minha, para lhe reter bem a moral e o succo: Então, definitivamente, Fernandes, entendes que é um dever, um absoluto dever, ir eu a Tormes? Afastei do espelho a cara ensaboada para encarar com divertido espanto o meu Principe: Oh Jacintho! foi em ti, em ti que nasceu a ideia d'esse dever! E honra te seja, menino... Não cedas a ninguem essa honra!

O meu Principe, teve um gesto d'afflicta impaciencia: Eu não quero saber o que ha no Douro. O que eu pergunto é se aqui, em Tormes, na minha propriedade, dentro d'estes campos que são meus, ha gente que trabalhe para mim, e que tenha fome... Se ha creancinhas, como esta, esfomeadas?

Subindo a escada, o meu Principe desabafou: Este Theotonio é extraordinario! Sabes o que descobri por fim?... Que me toma por um miguelista, e imagina que eu vim para Tormes preparar a restauração de D. Miguel?! E tu? Eu fiquei tão espantado, que nem o desilludi! Pois sabe mais, meu pobre amigo. Todos pensam o mesmo, estão desconfiados, e receiam vêr de novo erguidas as fôrcas em Guiães!

Que delicia, por aquella manhã tão lustrosa e tepida, subir á serra, encontrar a sua casa bem apetrechada, bem civilisada... Para o animar, lembrei que com as obras do Silverio, tantos caixotes de Civilisação remettidos de Paris, Tormes estaria confortavel mesmo para Epicuro. Oh! mas Jacintho entendia um palacio perfeito, um 202 no deserto!... E, assim discorrendo, atacamos as perdizes.

Depois d'um pallido protesto, o meu Principe tambem quiz, mirou o limpido e dourado vinho ao sol, provou, e esvasiou o copo, com delicia, e um estalinho de alto apreço. Delicioso vinho!... Hei de querer d'este vinho em Tormes...

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