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Um homem, em mangas de camisa, magro, esguio, de rosto queimado pelos ardentes bafos das soalheiras, cavava, com uma grande tristeza na face, em que se emmaranhava a barba crespa e negra, e nos olhos que fulguravam. Nuno foi direito a êle, saùdando-o amigávelmente. O cavador, tirando o chapeú esburacado e sujo, murmurou com humildade: Salve-o Deus, meu senhor.

Rijamente sacudido na doce pachorra da sua administração, calculando despezas que se affiguravam sobrehumanas á sua parcimonia serrana, forçado a arquejar, sem descanço, sob soalheiras de Junho, o desgraçado retomára na Serra o geito que Jacintho deixára em Paris, e era elle que corria pelas longas barbas tenebrosas os dedos desalentados... Emfim uma tarde desabafou comigo, a um canto da varanda, em quanto Jacintho, na livraria, escrevia a um seu amigo de Hollanda, o conde Rylant, Mordomo Mór da Corte, pedindo desenhos, e planos, e orçamentos d'uma queijeira perfeita.

Sim, chegára de Smyrna um paquete que levantava n'essa tarde ferro para o Egypto, e que era o nosso dilecto Caimão! Ainda bem! gritei, atirando patadas ao ladrilho. Ainda bem, que estava farto do Oriente!... Irra! que não apanhei aqui senão soalheiras, traições, sonhos medonhos e botas pelos quadris! Estava farto! Assim eu bramava, sanhudo.

A vida de barqueiro não era então das peores; e o José da Anastacia com o seu bom genio constante e o sorriso obsequiador, em que mostrava os dentes amarellados pelo tabaco, quasi da côr do rosto requeimado pelas soalheiras do Tejo, conquistára as sympathias de muitos, que preferiam o bote d'elle e a viva conversa do algarvio, á velocidade pacata dos churriões da Companhia.

A sua tez, dum moreno intenso, fôra brunida pelas soalheiras ardentes e curtida pelas ventanias agrestes. A bôca, sempre aberta em riso, era vermelha e fresca como cerejas maduras, e os dentes brancos e agudos cravavam-se com delicia no pão de milho, sua unica escôva.

Se d'um lado, á sahida de Jaffa, a propria caravana da Rainha de Sabá, com os seus elephantes e onagros, e estandartes, e lyras, e os arautos coroados de anemonas, e todos os fardos abarrotados de pedrarias e balsamos, infindavel em poesia e lenda, se offerecesse ao homem do seculo XIX para o conduzir lentamente a Jerusalem e a Salomão e do outro lado um comboio, silvando, de portinholas abertas, lhe promettesse a mesma jornada, sem soalheiras nem solavancos, a vinte kilometros por hora, com bilhete d'ida e volta, esse homem, por mais intellectual, por mais eruditamente artista, agarraria a sua chapelleira e enfiaria sofregamente para o wagon, onde podesse descalçar as botas, e dormitar de ventre estendido.

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