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Amigos de meu pae, e muito da nossa estima, nos recommendam o cavalheiro portador d'esta carta, brazileiro nato, que anda visitando a Europa, e quer ver o nosso Minho, e mais ainda o Minho de vossa excellencia, symbolisado na sua formosa quinta.
E atravessaram a Quinta fallando baixo, olhando para as areias dos caminhos, dizendo sempre palavras unctuosas, a querer vender o ceu.
A mais velha d'estas senhoras, D. Maria do Patrocinio, usava oculos escuros, e vinha todas as manhãs da quinta á cidade, n'um burrinho, com o criado de farda, ouvir missa a Sant'Anna.
Alanciado por tão inesperada agonia, o official affrontou o maximo risco, perpassando pelas guerrilhas que confluiam a Lisboa. As insignias e a rapidez da carreira acirraram o patriotismo de alguns bravos que o espingardiaram e feriram mortalmente. Uns caridosos frades cruzios que seguiam para uma quinta chamada Cadafaes, nos arrabaldes da Alhandra, transportaram o ferido.
Pediu pois a uma creancinha que passava, que o guiasse á quinta do Mosteiro, e ahi chegou depois de um quarto de hora de caminho. A casa do Mosteiro, com a quinta annexa á casa, como o dava a entender o nome, pelo qual o povo a conhecia, tinha pertencido em tempo a uma ordem monastica.
Por sua parte, o sr. D. Ruy estava um pouco vacillante entre as saudades da mãe e o desejo de entrar no collegio. Um dia o pae levara-o lá. Era á hora em que os alumnos estavam no recreio: todos elles pareciam alegres, riam, vozeavam, corriam pelas ruas da quinta, jogavam as escondidas, baloiçavam-se no trapesio.
A casa e quinta dos Cannaviaes, deshabitadas depois da morte da velha morgada, madrinha de Magdalena, era uma sombria residencia, situada n'um dos mais êrmos e melancolicos logares da aldeia.
Dobrado para a meza de saia de baeta vermelha, limpando no cabello a penna de pato, olhava a furto, pela janella fronteira, a varanda de pedra do fundo da quinta, onde passeavam á sombra da parreira, Maria, a prima que ia jantar com ella e passar a tarde, e Jorge da Feteira, namorado de D. Josepha da Esperança, que apparecia para a merenda.
Promettêra a si propria não hesitar um só momento ao abrir a porta, para não dar tempo a possuir-se da mesma fraqueza. Assim fez; ao chegar á porta pequena da quinta, introduziu resolutamente a chave e abriu-a. Estava emfim dentro dos muros da Casa Mourisca.
Soube d'isso o Thomé Cantigas, e logo se poz a instruir o velho João, um creado que já estava na casa quando elle nascera, por maneira a funccionar d'echo quando lá fosse o brasileiro, com quem tinha a quinta ajustada.
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