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Atualizado: 6 de junho de 2025


Fui jantar hontem ao palácio. Estava lindo! Felizmente ninguêm. Tudo deserto. Quando eu desci do restaurante, a accender um Laferme com preguiça, caía a tarde de outono em vitrais ricos p'ralêm das ramarias a despir-se. Passeei algum tempo na avenida, e sem saber porquê, indo ao acaso, fui estacar nesse recanto triste onde mora engaiolada uma águia velha. que tempos conheço êste mostrengo, num abandono de asilo, de ar pedinte, com asas que diríeis paralíticas, de um tom coçado e neutro de miséria!... Uma águia isto, êste espantalho! A decadência reles de estas asas que tanta vez olhei com indiferença, nem eu sei bem porquê, impressionou-me. Um animal de fábula, de mito, um ser que bebeu sol de olhos abertos, curvava as garras frouxas num poleiro, e depois de carnagens e aventuras, encolhido, misérrimo, com fome, acabava a aspirar a um meio-bife, como um vadio

E afinal êsse Hebreu crucificado, no instante supremo de tortura, quando p'ralêm das nuvens o esqueciam, chamava por Pan, o grande Pan! Se os homens soubessem isto e o entendessem, teria o grande Pan ressuscitado. Seriam brancas estas pobres asas. Brancas? Porquê? Durante séculos tivemos asas brancas, todas nós, águias da minha estirpe.

Minha pobre Suze, como tu eras justa, como tu adivinhavas, bruxa de vinte ânos, p'ralêm da hora que passa, o nada que virá. A tua desgraça era suprema, porque tu eras aquela que não se ilude nunca. Ainda assim, penso comigo: quem sabe! quem sabe!

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