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Atualizado: 6 de junho de 2025
Bandos d'andorinhas passavam arrevoando junto á terra, piando, friorentas, saudades do sol, que deixaram lá em baixo a doirar minaretes agudos, a acariciar palmeiras, que ondulam brandamente as suas folhas em leque, e graves mulheres que passam envolvidas em brancas musselinas transparentes.
Toda a vida do seu filho ia passando. Descaíam-lhe as pálpebras, ao peso das quimeras debruçadas. E de repente, estremeceu gelada. Sentiu o luar nas mãos, subiu-lhe aos seios... Se a beleza da noite, transparente, êste aquário em que a lua abria as veias e a vida da terra ia boiando num abandono de ninfeia aberta, fôsse afinal uma cilada d'Ela, um disfarce da Morte p'ra roubar-lho!?... Meu Deus, meu Deus! Era possível que ela viesse assim, essa maldita, na feeria argêntea dessa noite, com a fouce escondida em musselinas, silenciário carrasco sem memória, correndo em passos de êxtase e de opala, e matando com um hálito de gelo, num aflorar de plumas hesitantes junto do qual um beijo era grosseiro?... Um instante o terror alucinou-a. Não deixaria a lua entrar na alcova! Ia fechar as portadas, e no escuro, colando o corpo contra o seu filhinho, estaria mais segura, a defendê-lo. Num sobressalto, foi até junto dêle, ficou queda. Que imensa paz nessa carinha meiga! Pôs-lhe a polpa dos dedos sôbre a testa. Estava muito suado como sempre. Mas a sua respiração era tão calma, e na concha das pálpebras descidas havia uma doçura tão profunda, que se sentia bem que o seu anjinho estava a sonhar com as fadas de algum conto, onde, como êle
E agora mesmo, nesta sua voluntária demanda da Solidão, neste atoado caminhar para o Infinito, sem o amparo duma doce mulherita ao lado, o Silveira sentia o coração árido e triste como o ardido leito duma torrente sem água... Tremeu um instante, como no terror mortal de ir transpôr o vácuo, e sacudiu-o um confrangido alvorôço, uma como que compaixão de si mesmo, que o fez aprumar-se, esperto, na amurada, erguendo os inquietos olhos ao espaço, por onde lhe parecera ouvir bater um esparrôdo incerto de asas, e depois, com as pálpebras húmidas num ensopamento de ternura, querendo reter o perfil indeciso da cidade que lhe fugia, na magoada luz do crepúsculo, envôlta em lívidas musselinas de mistério.
Na quasi obscuridade da sala, que tinha uma luz violacea coada pelos vitraes onde se curvam lirios roxos Clara parecia nascer dos tapetes, como uma graciosa e alta flôr de espuma. «Toilette» branca e ligeira, como pennas de ave, toda em musselinas, apenas indicando a elegancia do seu corpo fino, ia morrer no tapete branco...
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