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Como se ha de crêr que o vice-rei chamasse á mesa do despacho um ex-funccionario arguido de concussão no exercicio da provedoria de Macau, e ainda não julgado nem absolto, porque, segundo Pedro de Mariz, devia vir para o reino capitulado accusado em capitulos, ou, como hoje se diria, pronunciado?

Este exemplar era coetaneo dos tempos do Chronista-mor, e na encadernação e riqueza das iniciaes illuminadas, inculcava ter pertencido a pessoa ou repartição Real; e coincide, na discripção que fez Pedro de Mariz no Prologo á sua intentada edição da Chronica de D. Affonso 4.^o por Rui de Pina com os Codices que se guardavão na Torra do Tombo.

Achamos em Pedro Mariz que um fidalgo Alemão escrevêra a um seu correspondente de Lisboa que lhe soubesse que sepultura tinha Camões, e quando a não tivesse sumptuosa, tratasse com a cidade lhe désse licença para trasladar seus ossos para Alemanha, onde lhe faria um tumulo superbissimo, igual aos dos mais famosos antigos.

*Antonio de Mariz Carneiro*, Arte pratica de navegar e roteiro das navegações das Indias orientaes. Lisboa, 1642. Teve mais edições. *Luiz Serrão Pimentel*, Arte pratica de navegar e regimento de pilotos, etc. Lisboa, 1681.

Tão notaveis talvez como o Bruno, ainda que menos conhecidos, tinham sido os portuguezes Luiz da Fonseca Coutinho e Gaspar do Couto, que muito se dedicaram a este estudo no principio do seculo XVII. Couto foi mandado á India em 1608 na esquadra em que ía o conde da Feira, nomeado vice-rei, e levava minuciosas instrucções, ou regimento, como então se dizia, para fazer um roteiro, observações astronomicas e sobretudo as relativas á agulha . Citarei finalmente o nome do nosso Antonio de Mariz Carneiro, que foi cosmographo-mór nos ultimos annos da dominação castelhana, o qual tanto scismou no caso que mereceu aos seus contemporaneos a alcunha de O Agulha fixa; e ainda os de Jeronymo Osorio da Fonseca e José de Moura Lobo, que no tempo de D. João IV trabalharam no problema.

E a falsidade da asserção de Mariz, que o poeta viera preso e capitulado para o Reino, se prova com a outra sua asserção, que Pedro Barreto, indo por governador de Çofala, e desejando levar a Luis de Camões na sua companhia, lhe fizera largas promessas e o movêra a isso, dando-lhe logo duzentos cruzados para os seus arranjos de viagem, porque se tudo isto foi necessario para o mover, certo he que estava em sua plena liberdade.

Mariz culpa-o de demasias nas liberalidades comsigo e com os outros: Gastador, muito liberal e magnifico, não lhe duravam os bens temporaes mais que em quanto elle não via occasião de os despender a seu bel-prazer. Sem umas intermittencias de estouvanice dissipadora, e destemperada desordem de costumes, Camões seria a excepção do genio.

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