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Atualizado: 29 de outubro de 2025


Eu disse algures que Arthur Loureiro era um poeta na pintura e hoje o repito aqui, no desprendimento sincero de quem o admira pelo seu talento. Os seus quadros são bucolicas de côr e de luz. Ha-os que são como deliciosos sonetos camoneanos. Ha-os que são verdadeiros poemas.

Para isso, soccorro-me de alguns informes que Loureiro me deu e fallaremos os dous conjunctamente, eu pelo que tenho visto nas minhas visitas ao atelier-escola, e especialmente na ultima exposição de trabalhos de discipulos, elle pelo que tem apurado do estudo que o discipulo tem feito e de como tem recebido salutarmente as suas sabias lições. Comecemos pois.

Tudo isto são retalhos sublimes da natureza, que Loureiro transplantou á tela com uma verdade flagrante e uma technica segura. Fecho por aqui este meu despretencioso artigo fazendo apenas uma leve consideração. Ha no nosso Muzeu quadros de quasi todos os pintores portuenses, mas não vimos ainda nenhum de Arthur Loureiro.

Um dia, porém, entrando a visitar Loureiro no seu atelier-escóla encontrei este cavalheiro dando lição de desenho. Acabada a aula, Loureiro mostrou-me trabalhos de varios discipulos e abrindo uma arca artistica que elle ali tem, tirou de dentro varios desenhos e disse-me: são feitos pelo Lucio, é um rapaz de habilidade.

Disse-lhe adeus, e ao saír para tomar o electrico que me trouxesse ao Porto, abençoava o Julio Costa, que tinha conseguido que eu passasse duas horas deliciosamente. Novos quadros de ARTUR LOUREIRO NO SEU ATELIER do PALACIO de CRYSTAL

Do lado das tabernas veiu uma brisa sumida e morna de fadinho de melênas com questões revolucionarias; o proprio ramo de loureiro pregado na porta tinha um movimento indeciso de se querer raspar. Mais adeante é que eram as lettras F. G. H. tão enigmaticas como mane, tessel e fare... tão atarracadas e luzidias como o meu amigo e careca senhor Barbosa.

O capitão faz idéa... Fallo-lhe da minha mãe. «Hontem matava ella o porco, ou antes era eu que lh'o matava. Hoje tinhamos lombo assado á fogueira do lar, n'um espeto de loureiro. Que lombo aquelle, capitão! Com que vontade que eu principiava a jantar outra vez se fosse d'esse lombo que me déssem!

E sem esperar resposta levantou o tampo do seu divan-arca, saccou de de dentro uma pasta com desenhos e algumas pinturas a oleo, dizendo: são d'elle. Eram de facto estudos que o Manuel Lucio tinha executado em casa, longe das vistas do professor, mas sob a orientação e as lições que o Loureiro lhe dava, proficua e sabiamente aproveitadas.

Da vulgaridade d'uma rua, com casas de um lado e d'outro, e uma egreja no primeiro plano, teve Loureiro a habilidade de fazer um dos seus para mim mais interessantes quadros. E porque? perguntará o leitor. Outro qualquer o faria... Mas não fazia.

Que a cinza esteja no cemiterio, e o fogo na Universidade. Que o chorão abrigue a urna, e o loureiro ensombre o livro. Que descance o nada, e que o germen elabore. Tudo é festa em derredor de vós, e a saudade é inimiga da festa. O lucto é triste: reservae-o para a velhice. E todavia vós estaes de lucto. Ha um cadaver e não houve assassinio. Ha victima e não houve algoz.

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