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Nas naos estar ſe deyxa vagaroſo, Atê ver o que o tempo lhe deſcobre, Que não ſe fia ja do cobiçoſo Regedor corrompido, & poauco nobre. Veja agora o juyzo curioſo Quanto no rico, aſsi como no pobre Pode o vil intereſſe & ſede imiga Do dinheyro, que a tudo nos obriga.

Tal o vago juyzo fluctuaua Do Gama preſo, quando lhe lembrara Coelho, ſe por caſo o eſparaua Na praia cos bateis, como ordenara: Logo ſecretamente lhe mandaua, Que ſe tornaſſe aa frota, que deixâra, Nam foſſe ſalteado dos enganos, Que eſperaua, dos feros Maumetanos. Tal ha de ſer, quem quer co dom de Marte Imitar os illuſtres, & igoalalos.

Tornado o Rei ſublime finalmente, Do diuino juyzo caſtigado, Deſpois que em Santarem ſoberbamente, Em vão dos Sarracenos foy cercado. E deſpois que do martyre Vicente, O ſanctiſsimo corpo venerado. Do ſacro promontorio conhecido, Aa cidade Vliſſea foy trazido.

Respondeme se disso es servido, Que se pello perdam ainda esperas, O teu juyzo deves ter perdido, Que nam tenho rezam de perdoarte, Nem menos me mereces, que acabarte.

Aqui eſpero tomar ſe não me engano De quem me deſcobrio ſuma vingança, E não ſe acabarâ ſo nisto o dano De voſſa pertinace confiança: Antes em voſſas naos vereys cada anno Se he verdade o que meu juyzo alcança, Naufragios, perdiçoẽs de toda ſorte, Que o menor mal de todos ſeja a morte.

Aſsi que ô Rey, ſe minha grão verdade Tẽs por qual he, ſincera, & não dobrada, Ajuntame ao deſpacho breuidade, Não me impidas o goſto da tornada: E ſe inda te parece falſidade, Cuyda bem na razão que eſta prouada, Que com claro juyzo pode verſe, Que facil he a verdade dentenderſe.

O maldito o primeiro que no mundo Nas ondas vella pôs en ſeco lenho, Dino da eterna pena do profundo Se he juſta a juſta ley que ſigo & tenho: Nunca juyzo algum alto & profundo, Nem cythara ſonora, ou viuo engenho, Te por iſſo fama, nem memoria, Mas comtigo ſe acabe o nome & gloria.

Aqui dos Cytas, grande quantidade Viuem, que antigamente grande guerra Tiuerão, ſobre a humana antiguidade, Cos que tinhão antão a Egipcia terra: Mas quem tão fera estaua da verdade, (Ia que o juyzo humano tanto erra:) Pera que do mais certo ſe inform

Em nenhũa outra couſa confiado, Senão no ſummo Deos, que o Ceo regia, Que tam pouco era o pouo bautizado, Que pera hum ſo cem Mouros aueria. Iulga qualquer juyzo ſoſſegado, Por mais temeridade que ouſadia, Cometer hum tamanho ajuntamento, Que pera hum caualleiro ouueſſe cento.

Palavra Do Dia

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