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Atualizado: 23 de junho de 2025


No inverno dormia a avó na alcova e Joanninha com ella, e o pai com Thomé na salinha proxima. O pai, depois de pegar a dormir, roncava toda a noite, e não havia nada n'este mundo que o acordasse, se fosse algum tiro dado na mata. N'essa noite Thomé não podia dormir.

Do resto fez doação inteira a D. Francisca Joanna a velha hoje cega e decrepita que no princípio d'esta historia incontrámos dobando á sua porta na casa do valle. A velha não tinha mais familia que um neto e uma neta. A neta era Joanninha, filha unica de seu unico filho varão, e ja orphan de pae e de mãe.

Que casta de rapariga era Joanninha. o A. insigne próva de ingenuidade e boa fe confessando um grave senão do seu Ideal. Insiste porém que é um adoravel deffeito. Em que se parece uma mulher desannellada com um Sansão tosquiado. Pasmosas monstruosidades da natureza que desmentem o credo velho dos peralvilhos. Os olhos verdes de Joanninha.

Via-te aquella Joanninha piquena, desinquieta, travêssa, correndo por essas terras, saltando essas vallas, trepando a essas árvores... aquella Joanninha com quem eu andava ao collo, que trazia ás cavalleiras, que me fazia ser tam doido e tam criança como ella, apezar de eu ter quinze annos mais. Via-te alegre, cantando... 'Sonhos de homem! Creiam n'elles!

E era um anjo... oh se era! Contemplei-a muito tempo em silencio: ella surria-me tristemente de vez em quando, mas não fallava. Emfim almoçámos, levaram o trem. Ella disse á sua aia: 'Phebe, eu estou so com Carlos; e quero estar so. Em casa para ninguem. 'Sim, minha senhora. Resposta obrigada do criado inglez a tudo. E ficámos sos completamente. Carta de Carlos a Joanninha: continúa.

'Que lingua fallam eles? 'Oh! paraque tens tu os olhos verdes, Joanninha? 'A assucena e o jasmim são brancos, a rosa vermelha, o alecrim azul... 'Roxa é a violeta, e o junquilho côr de ouro. 'Mas todas as côres da natureza vêem de uma so, o verde. 'No verde está a origem e o primeiro typo de toda a belleza. 'As outras côres são parte d'ella; no verde está o todo, a unidade da formosura creada.

Não ja a mesma Joanninha de ha tres annos, não a mesma imagem que elle trazia, como a levára, no coração; mas uma gentil e airosa donzella, uma mulher feita e perfeita, e que nada perdêra, comtudo, da graça, do incanto, do suave e delicioso perfume da innocencia infantil em que a deixára!

Quem era essa mulher? Aonde, como obtivera elle a posse d'essa joia, d'esse talisman com o qual se tinha por tam seguro para não ver na graciosa prima senão?.. Senão o quê? A innocente criança que alli deixára? Mas não é verdade isso: outra era a impressão que Joanninha lhe fizera, fosse ella qual fosse. O que era então? E sôbre tudo, quem era ess'outra mulher que elle amava?

Joanninha não era bella, talvez nem galante siquer no sentido popular e expressivo que a palavra tem em portuguez, mas era o typo da gentileza, o ideal da spiritualidade.

Não assim Carlos, o primo, o companheiro, o unico amigo da nossa Joanninha, o outro neto da velha por sua filha. Andava elle ja no último anno de Coimbra e ia formar-se em leis, quando Fr. Diniz da Cruz começou de novo a frequentar a casa que Diniz de Atahide tinha abandonado. Sôbre esse a inspecção do frade era minuciosa, vigilante, inquieta.

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