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Atualizado: 18 de julho de 2025


Aquillo são reminiscencias de Lisboa, Isaura, exclamou Leonor, rindo. Quiz-se vingar de alguma pallida que o magoou.

Aquelle papel não poderia ser senão da sua Isaura: o commendador, de tempos a tempos escrevendo ao socio, pedia-lhe sempre informasse á Josepha estar a filha d'esta com saude, muito desenvolvida e bastante adeantada nos estudos. Segurou a carta a tremer, e ficou-se a olhar longamente aquelle homem, que sorria-lhe docemente, compadecidamente.

Isaura, ouviste? acudiu Leonor rindo com tal ou qual amargura, se quizeres passar alguma noite n'um castello legendario, como a marqueza da Lusacia, tens trovador que te acompanhe, ao bater da meia-noite, e que te cante: Si tu veux, faisons un rêve, Montons sur deux palefrois, Tu m'emmènes, je t'enlève. L'oiseau chante dans les bois.

Ah! meu Deus, eu peço-lhes mil desculpas, disse Isaura um pouco envergonhada.

Jesus! disse ella. Que tem, minha senhora? perguntou Henrique sollicito e afflicto. Meu Deus! exclamou Isaura, é que me aterraram com as suas loucas historias, é que me puzeram n'um estado incrivel de sobre-excitação nervosa. Meia-noite! ? Meia-noite é a hora dos phantasmas, é a hora das apparições! E esta sala é tão lugubre, e este silencio é tão agoireiro!

E a maliciosa rapariga recitou, zombeteando: E ao som dos pios do cantor funerio, E á luz da lua de sinistro alvor, Junto ao cruzeiro sepulchral mysterio Foi celebrado de infeliz amor! Então, menina! exclamou Isaura, de longe. Olha que eu não vou sósinha para o quarto. Ahi vou, querida, ahi vou! E Leonor, deitando a Henrique um olhar malicioso, foi ter com a sua amiga. Então, sr.

A Julieta de certo a não perceberiam, acudiu Leonor, sorrindo maliciosamente para Henrique. Não eram elles, resmungou Henrique Osorio. Isaura não ouviu; estava toda embebida n'uma larga conversação com Lucio Valença. Ah! eu me encarrego d'elles; pago ámanhã a minha quota, aproveito o precedente de Lucio. O quê? o quê? acudiu Lucio, que ouvira pronunciar o seu nome.

Qual historia, minha senhora! Mato a meia-noite! Verá como depressa a moda acceita a minha idéa. D'aqui a pouco tempo não se falla em Lisboa n'outra coisa, e a lenda da meia-noite será o anti-espasmodico mais empregado. A idéa de que effectivamente em Lisboa d'ahi a pouco tempo se não fallaria n'outra coisa foi o que decidiu D. Isaura.

Quando Lucio Valença acabou a sua longa leitura, o visconde da Fragosa resonava maravilhosamente, e o conselheiro Madureira formava com elle um duetto mais ou menos parlamentar. Henrique e Leonor applaudiam calorosamente; Roberto Soares fazia as suas reservas; Isaura lançava olhares assassinos ao auctor, que na febre da vaidade litteraria nem reparava n'essas amaveis provocações.

Isso foi bom no seu tempo, hoje está longe do maravilhoso moderno, e Isaura, com a fina intuição do seu juvenil espirito, não pôde commover-se com esses velhos trucs de magica, resuscitados ingenuamente pelo Roberto Soares para nos entreter á meia-noite.

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