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E, todavia, o facto é este: dir-se-ia que fomos como que photographar o Conde de Ficalho na sua aula, para d'essa photographia deduzirmos os ideaes preceitos e condições da distincção professoral. Mas é que o Conde de Ficalho, o conde entre os lentes, foi sem sombra de favor o que se pode chamar um professor modelo.

Mas o Conde de Ficalho não tinha o temperamento de um simples e frio naturalista. A sua tão completa e esmerada educação abrira-lhe horizontes mais largos, e o seu fundo era irresistivelmente de artista. Assim, a maior parte da sua obra scientifica assume, não caracter litterario e philosophico, mas uma perfeição e graça de fórma, que a torna singularmente distincta.

Como tive occasião de dizer, e bem se comprehende ao ler a minha narrativa, não pude fazer collecções naturalistas, e apenas, aproveitando muito pouco papél de que podia dispor, levei das nascentes do rio Ninda algumas plantas, que estam em poder do Snr. Conde de Ficalho, para serem estudadas, e onde parece terem apparecido algumas especies novas.

Para os quadros d'esta Academia deram os Mellos, em categorias varias, o seu contigente, pois na lista de socios e associados se encontram, além do Conde de Ficalho, os seguintes nomes: Domingos de Mello Breyner; Pedro de Mello Breyner, regente que foi do Reino, constituinte de 1820 e fallecido nas masmoras de S. Julião da Barra; D. Segismundo Caetano Alvares Pereira de Mello, duque de Lafões; Antonio de Mello da Silva Cesar e Menezes, conde de S. Lourenço; Antonio de Mello, marquez de Ficalho.

Na pura litteratura, que nos deixou o Conde de Ficalho? Escreveu o nosso consocio, o conde de Sabugosa, que elle distinctamente versejava na inspiração acidula de Baudelaire e na dolente cadencia de Musset.

Com um tal conjuncto de predicados physicos e psychicos, estheticos e moraes, Ficalho assim era uso fazer-lhe abreviada referencia Ficalho constituiu em todos os meios da sociedade portugueza, quer entre varões, quer entre donas, que não desestimava e de que não era tão pouco desestimado uma personalidade á parte, de especial relevo e distincção, onde quer que apparecesse, e pelo quê bem se comprehende que tantas vezes fosse utilisado para representar o Rei e a Nação em cerimonias internacionaes da maior pompa e responsabilidade decorativa, no melhor e mais alto sentido da expressão o dizemos.

Foi isto, sem duvida, que motivou a deliberação da Academia, encarregando o Conde de Ficalho de levar a cabo uma nova edição dos Colloquios, devidamente apurada e commentada.

E que lindo quadro o de Ficalho, com a sua garbosa e insinuante figura, na sua cadeira de mestre, deante de si a grande mesa recoberta de matizados exemplares vegetaes, empunhando um na sua tão fina e aristocratica mão, e commentando-o em palavras descançadas, harmoniosas e suaves, tão simples quanto proprias e graciosas, perante o juvenil auditorio!

A sua complexa e brilhante individualidade pôl-a, tambem brilhantemente, em elegante relevo o elogio proferido em outro logar pelo Conde de Arnoso , e na Tradição , interessante publicação, a que o nosso consocio muito queria, e que viu a luz em Serpa, antiga villa-solar da Casa de Ficalho, um numero especial de homenagem lhe foi consagrado, com a collaboração de Ramalho Ortigão, D. Antonio Xavier Pereira Coutinho, Theophilo Braga, Conde de Sabugosa, Sousa Viterbo, e outros distinctos ornamentos da sciencia e das lettras portuguezas.

Na sociedade portugueza, mórmente na capital do reino, tinha uma evidencia e notoriedade especiaes, em que prestigio, sympathia e curiosidade se confundiam, e assim quando um dia, o da chegada da Real Familia dos Açores, correu a noticia de que o Conde de Ficalho fôra acommettido de um deliquio no Arsenal, houve um primeiro sobresalto.

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