United States or Rwanda ? Vote for the TOP Country of the Week !


Venus mil vinganças jura, Vendo o seu culto esquecido: Vai de settas o ar ferido. Senhora, andai cuidadosa, Que a louca Deosa invejosa disse tudo a Cupido. Distancias, e saudades.

No carro ajunta as aues, que na vida Vão da morte as exequias celebrando, E aquellas em que ja foi conuertida Peristera, as boninas apanhando: Em derredor da Deoſa ja partida, No ar laſciuos beijos ſe vão dando, Ella por onde paſſa o ar, & o vento Sereno faz, com brando mouimento.

pois aos mais seus bens a Deosa céga; Que eu tenho aquella gloria, Que a mil felizes nega. Se o vasto mar se encapella, E na rócha em flor rebenta, Grossa náo, q' não tem léme, Em vão sustentar-se intenta; Até que naufraga, e corre Á discrição da tormenta.

Vliſſes he o que faz a ſancta caſa Aa Deoſa, que lhe lingoa facunda, Que ſe na Aſia Troia inſigne abraſa, Ca na Europa Lisboa ingente funda: Quem ſera eſtoutro ca que o campo arraſa De mortos, com preſença furibunda? Grandes batalhas tem desbaratadas, Que as Agueas nas bandeiras tem pintadas.

Chega-se a elle Compadecida; Lava a ferida C'o pranto amargo, Que deramou. Então o monstro Dando hum suspiro, Fazendo hum gyro C'o a baça vista, Resuscitou. Respira a Deosa; E vem o gosto Fazer no rosto O mesmo effeito, Que fez a dôr. Que louca idéa Foi a que tive! Em quanto vive Marilia bella, Não morre Amor. Oh! quantos riscos, Marilia bella, Não atropella Quem cégo arrasta Grilhões de Amor!

Mas ah! minha Marilia, que esta queixa Co' a sólida razão se não coaduna, Como me queixo da Fortuna tanto, Se sei não ha Fortuna? Os Fados, os Destinos, essa Deosa Que os Sábios fingem que huma roda move He a occulta mão da Providencia, A sábia mão de Jove.

vezes mil o tétrico veneno Das serpes, que me toucão, que alimento, Fêz em teus lares borbulhar o sangue De victimas sem conto, Serviço não vulgar, que te hei prestado, Jús me confere a não vulgar indulto: Vinga-me, ó Deosa, de hum Mortal soberbo, Que ousa affrontar-me impune.

Agora, com meu dano, Vêdes, para mor mágoa, claramente, Neste bem fugitivo e somno leve, Que mal não ha mais longo, que hum bem breve. Ditoso Endymião que a deosa chara, Que a noite vai guiando, Teve em braços sonhando! Ah quem de sonho tal nunca acordára! Tu , Aurora avara, Quando os olhos feriste, Me mataste cruel d'inveja pura.

Titubeante, e tremulo dest'arte, Soltando a voz hum pouco, á Deosa fallo: "Ó tu do estudo emprego, ó Madre excelsa Da intelligencia dos arcanos todos De que he fecundo o Ceo, fecunda a Terra; Tu da verdade indagadora, e facho Luminoso da vida.

Poem ſe a Deoſa com outras em dereito Da proa capitaina, & ali fechando, O caminho da barra estão de geito, Que em vão aſſopra o vento, a vella inchãdo: Poem no madeiro duro o brando peito, Pera detras a forte nao forçando. Outras em derredor leuandoa eſtauão, E da barra inimiga a deſuiauão.

Palavra Do Dia

imperceptivel

Outros Procurando