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Atualizado: 17 de junho de 2025
Ao pensar, pois, na sua união com Pero da Covilhan, Maria Thereza promettia a si propria, que seria sempre ao lado d'elle corajosa e risonha, velando tudo, tomando o maior quinhão nos dissabores do trabalhador indefesso, applaudindo os seus esforços, aconselhando-o, inspirando-o, confortando-o emfim com o seu olhar e o seu sorriso.
A esperança de ver chegar Pero da Covilhan coberto de gloria, sorria-lhe agora mais viva, amaciando-lhe simultaneamente os rigores da saudade. Approximava-se o casamento do principe D. Affonso com a filha dos reis catholicos.
Salvou-se! Com a sua bandeira verde içada no tópe do mastro, a náu arribou a Cananor, para fazer aguada e tomar lenha. A doze legoas para o Sul na mesma costa do Malabar, demorava Calicut; e, por ser a costa mui limpa, a náu, depois de refrescar, seguiu perto de terra o seu rumo com terrenho galerno e perfumado a enfunar-se na véla. Chegou Pero da Covilhan a Calicut.
Ao approximar-se do arraial, deparou Pero da Covilhan, ainda a certa distancia, com quatro leões amarrados por grossas cadeias de ferro, e separados uns dos outros. Logo atraz d'elles prolongava-se uma larga rua, orlada com symetria por vinte arcos de madeira de cada lado, nos quaes estavam enrolados alternadamente pannos de algodão brancos e rôxos.
E apartaram-se, como dois crentes, cujo animo varonil o fervor da fé revigóra. Nem um uma lagrima derramaram! As lagrimas nem sempre são a medida do amor. Este muitas vezes mais se prova, com as que se deixam de chorar. Se Pero da Covilhan partisse, para nunca mais ver Thereza, seria essa a dor maior dos olhos de ambos, e a que lh'os desfaria em lagrimas.
Um dia chamou Pero da Covilhan, e disse-lhe: Vou fazer uma longa viagem, e muito me prazia levar-vos commigo; mas tenho por melhor deixar-vos ao serviço do principe, que muito vos quér tambem.
A sua residencia era amovivel, por isso Pero da Covilhan em vez de avistar ao longe edificios, que lhe dessem a idéa de uma povoação, viu numerosas tendas armadas em um grande campo, as quaes constituiam a capital do imperio. E convinha-lhes o nome de cidade, não só pela multidão de gente n'ellas abrigada, senão pela boa ordem, como as tinham dispostas.
Pero da Covilhan escutava com interesse e assombro a narrativa, e não poude occultar a commoção de jubilo, que sentiu ao ouvir as referencias feitas á galhardia dos nossos. Frei Fernão comprehendeu que fallava com quem era versado na arte da guerra, por isso fez-lhe minuciosamente o lance do cêrco.
Com effeito, Pero da Covilhan podia ser util ao desfallecido rei na sua peregrinação e exilio, já porque era mui intelligente, já porque fallava com facilidade o arabe e outras linguas; mas D. Affonso V, despojado de grandezas, não tinha com que galardoar os merecimentos do moço escudeiro, por isso preferiu deixa-lo ao serviço do principe.
A cada passo via Pero da Covilhan nas ruas os vaidosos naires, com suas espadas núas e rodellas uns, outros com lanças, e ainda outros com arcos e frechas; e os poleás a bradar, para que os naires se desviassem, ou a fugir, quando topavam com elles de subito, pelo receio que tinham de serem suas victimas. Passavam pelos naires, e podiam até toca-los, os brahmanes.
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