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A certa altura ella tinha saido do quarto, dei co'os olhos n'uma caixa de lata relativamente pequena e relativamente pintada de verde-escuro com lettras brancas escrevendo chaves. Abri a caixa e qual é o meu espanto quando a vejo a ella, sentada dentro a gritar envergonhada pra que eu lhe fechasse a porta! Bom, fechei.

Ninguem responde; o mar de longe bate; Move-se brandamente o arvoredo; Leva-lhe o vento a voz, qu'ao vento deita. Ah Fortuna cruel! ah duros Fados! Quão asinha em meu damno vos mudastes! Com os vossos cuidados me cansastes, E agora descansais co'os meus cuidados.

Nunca nelle a firmeza permanece; Se nos gôsto algum, muda-se logo; Ja chora, ja se ri, ja s'enfurece. Anda co'os corações sempre em hum jôgo; Humas vezes os faz de pedra fria, Outras os faz de neve, outras de fogo. Tornando ao bosque meu que descrevia, Despois de ter contado da frescura Que nelle tão pomposa apparecia,

Paixão que muitas vezes A luz da nossa Ideia Accende, inflama, atêa, E depois nos attrae Com tanto magnetismo, Com tal encantamento, Que o homem n'um momento Vacilla, cega e cae!... Cae, sim, do seio esplendido Do mundo onde vivia Na mais doce harmonia Em paz co'os dias seus, Para apagada a febre Do seu fugaz delirio, Achar-se co'o martyrio De te perder oh! Deus! Sem Ti, meu pae, que assombro!

Camões fitava o espaço, meditando, Bem longe o coração, longe os sentidos; E de seus olhos, para a dôr nascidos, As perolas caíam, deslisando. Um queixume da negra, compungente, Acordara o poeta, que sonhava Com a patria querida e o amor ausente. Ella co'os olhos n'elle comtemplava, Elle co'os olhos n'ella era indifferente, Que todo aquelle mal outra o causava.

Não sou ja, ja não sou quem ser sohia; Mudou-se-me a vontade co'a ventura; Mudou-se co'os tormentos a alegria; Trocou-se o claro dia em noite escura: Nem he muito que tudo se mudasse, Pois se mudou a tua formosura.

E os donos da casa empenhados em fazer a reconciliação conversavam co'os noivos e o velho, num cantinho do grande salão. Houve protestos, desculpas, suspiros, explicações; e afinal se entenderam com muito boas razões... « Vamos p'ra mesa, senhores, que o almoço está esfriando! deixemos as ceremonias! cada um se sentando.

Eu, qu'em ausencia vos vejo, Tenho piedade e pejo De me ver tão pobre estar, Qu'então não tenho que dar, Quando me pede o desejo. Como áquelle que cegou, He cousa vista e notoria, Que a natureza ordenou Que se lhe dobre em memoria O qu'em vista lhe faltou: Assi a mi, que não vejo Co'os olhos o que desejo, Na memoria e na firmeza Me concede a natureza O natural que não vejo.

Credo, mano, que até lhe fica mal! exclamou D. Josepha tomada d'escrupulos. Ora mana, deixemos essas pieguices para a quaresma! Digo co'os diabos! e repito co'os diabos! Mas eu disse ao caseiro, que se sentir gente na fazenda, carregue a espingarda e faça fogo! Ha uma falta de respeito pela propriedade... disse Amaro. Ha uma falta de respeito por tudo! exclamou o conego.

Oh quem lhe víra os olhos refulgentes Convertendo-se em fontes, e regando Aquellas faces bellas e excellentes! Quem a ouvíra com vozes ir tocando As estrellas, a quem responde o ceo, Co'os accentos dos Anjos retumbando! Quem víra quando o puro rosto ergueo A ver o Filho, que na Cruz pendia, Donde a nossa saude descendeo! Que mágoas tão chorosas que diria!