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Atualizado: 9 de junho de 2025
Mais tarde a poesia de Castilho revestiu de prestigio, na minha imaginação, a tradição do milagre, e, finalmente, mais de um livro de Julio Cesar Machado, fallando das grandes festas dos cyrios da Nazareth, aguçara-me o apetite de ir um dia, quando podesse ser, ao local do milagre. Fui. Não era pelo tempo dos cyrios, não havia portanto nem festas, nem romeiros, nem lôas, nem offerendas.
Não quiz, tampouco, assumir o papel de propugnador de A. F. de Castilho; tenho para mim que defendel-o seria injurial-o, seria duvidar da robustez d'aquello talento. Elle bem sabe que ha atheos na arte como os ha na religião; homens que negam a divindade. Que se lhes ha de fazer? punir-lhes a descrença com a tortura? nunca. O crê ou morre é a razão suprema da tyrannia estupida.
Eugenio de Castilho, o poeta das phantasias louras, quer a musica de Ruivães lhe amolentasse a sensibilidade, quer os rouxinoes das ramarias lhe déssem invejas dos seus amores, fosse o que fosse, foi assaltado e vencido d'uma paixão. Esta paixão tem uma historia.
Castilho recolheu-se ao ninho querido onde o estavam convidando as amenidades de todos os dias. As multidões gritavam «Utopista» e as vozes esmoreciam no ar. Não lhe deixaram fazer da escóla-cemiterio, cheia de escuridade e tristeza, a escóla-floresta gorgeada, alegre e festiva.
Castilho havia sido prevenido de que o imperador, por amor á discussão com homens notaveis, gostava de que elles o contrariassem nas suas opiniões. Assim avisado, se o imperador dizia que tal objecto era branco, Castilho sustentava que esse mesmo objecto era preto. O sr. D. Pedro II estava delirante de alegria, e propositadamente prolongava a conversação.
Quanto á factura artistica, o poema Patria trazia a marca da fabrica: Castilho & Filhos. Não havia firma mais acreditada nem então, nem agora.
O Julio de Castilho dizia-me em Lisboa, com aquelles seus ares candidos e virginaes de pintor biblico da renascença, que não comprehendia como eu, que fazia versos, conseguira encarar nas mathematicas sem ficar logo alli empedrado de horror.
Houve em tudo isto muita irreverencia e muito excesso; mas é certo que Castilho, artista primoroso mas totalmente destituido de idéa, não podia presidir, como pretendia, a uma geração ardente, que surgia, e antes de tudo aspirava a uma nova direcção, a orientar-se como depois se disse, nas correntes do espirito da época.
Quando em 1844 José Feliciano de Castilho, Bibliothecario-Mór da Bibliotheca Nacional de Lisboa, apresentou ao Ministro do Reino o relatorio da sua diligentissima gerencia, relatorio que se publicou impresso, constituindo 4 volumes in-8.º, queixava-se elle do improprio logar que lhe prestava o destinado convento.
Chorava memorias do passado, memorias de si mesmo, da sua mocidade longinqua, de Castilho morto, de Vieira de Castro duas vezes morto, primeiro no tribunal, depois no tumulo; do filho de Castilho, apodrecido n'um leito, e de Camillo, ali tão proximo, crucificado no Calvario de todas as dores reaes e imaginarias que lhe attribularam incessantemente a existencia. Fiz reparo em que o sr.
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