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Eu tenho vinte e cinco annos, a honra perdida, a rehabilitação impossivel, aptidão para nada, o espirito derrancado no gozo de infames delicias: e, para sustentar esta vida corroida da lepra, resta-me a quinta de Ruivães.

O deputado espirrou uma risada de finura velhaca, e ajuntou: Depois, quando v. excesteve em Ruivães uma temporada, e Theodora sahia para aquelles lados, todo o bicho careta dizia que o adulterio estava provado por todos os artigos do codigo, e por mais alguns que esqueceram aos corpos legisladores.

Entendo; mas não me assusto. A gente ha-de pensar: primeiro, o essencial, é mandar-lhe o dinheiro, e dizer-lhe que os tumulos de Ruivães, e as casas, e as terras são d'elle, como até aqui. E aceitará? replicou Mafalda Tomará elle a dadiva como esmola?

E eu que, n'aquelle tempo, me embrenhava nas ruinarias grandiosas do paço senhorial de Ruivães, a decifrar a lenda meio historica dos Corrêas de nos frescos do tecto apainelado, ao perpassar pelas grossas cantarias do Africano, dizia entre mim: «O palacio cavalleiroso que desaba, e o palacio industrial que se levanta.

A velha fidalga de Ruivães, avisada pelo filho afflicto, foi a Braga consolal-o, e d'alli partiu a casa do tutor, a lembrar-lhe o consorcio de Affonso e Theodora, desde muito pactuado entre ella e a sua defuncta amiga. O tutor replicou, dando como nullos taes arranjos, em quanto os meninos não estivessem em idade de os ratificar.

Tenteei o meu espirito, animando-me a procurar as montanhas saudosas, os meus queridos pinheiraes de Ruivães, os regatos crystallinos, orlados de verduras em que minha mãe me via creança, a colher boninas para lh'as entretecer nos cabellos.

Os quinze mil cruzados, producto supposto da quinta de Ruivães, enguliu-os a voragem do jogo de fundos, á qual o allucinado moço se atirou ás cegas, contando com a vicissitude favoravel, por ter sido infeliz nas outras. Resolveu matar-se. Esta deliberação contrabalançou as agonias da pobreza desesperada. Como via a morte no leve movimento d'um gatilho, deixou de encarar o futuro.

Aquelle escarlate, os olhos azues, os opulentos cabellos louros, a pujança das fórmas, a musculatura rosada e rija, a elegancia congenita, o riso, a desenvoltura sem despejo, a graça lubrica do trajo, em fim, a mulher, os arvoredos, a musica de Ruivães, nomeadamente a requinta, e em meio de tudo isto um rapaz de vinte e dous annos, poeta porque é Castilho, e ardente porque é trigueiro, e apaixonado porque é ardente, eis aqui o porquê d'aquelles amores.

Affonso, se as lagrimas d'ella te não resgatam das presas d'uma mulher perdida, foge, e foge hoje mesmo. Agora, silencio, Affonso... «Na madrugada do dia seguinte, sahi das Taipas, e fui para Ruivães. Dias depois, desisti do plano de me formar, e fui para o Porto. Sahia um vapor para Liverpool: embarquei, e estive na Inglaterra; passei a França; e de França fui residir na Suissa uns seis mezes.

Eugenio de Castilho, o poeta das phantasias louras, quer a musica de Ruivães lhe amolentasse a sensibilidade, quer os rouxinoes das ramarias lhe déssem invejas dos seus amores, fosse o que fosse, foi assaltado e vencido d'uma paixão. Esta paixão tem uma historia.