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Atualizado: 9 de junho de 2025
João Bispo lançou-lhe um olhar terrivel, e fez um movimento, como se tentasse desafogar em cólera contra o imprudente marinheiro todo o peso do coração, e estallar, quando Garifa moveu os lábios fazendo um gesto de repugnancia. Basta, Canhoto, basta! acudiu Safio, que não reparara no bésteiro; vais fazer perder a alma á rapariga.
Ui! tornou elle, que demonio se lhes metteu no corpo?! Nem bando de cotovias que farejaram besta armada. Eh! Canhoto, que feio esgar que estás a fazer! Estás mudo, homem? Aquelles pergaminhos velhos de saias que fugiram a grasnar eram bruxas? Em noite de S. João...
Que se apegue com a Virgem, não com a gente, que nada póde com encantos. Oh de terra! soccorro, por Deus, que se me fina esta desgraçada! tornou João Bispo com uma inflexão de voz, que denotava o desespero que ia naquelle coração. Safio e Canhoto, por um impulso sobre o qual nem tempo tiveram de reflexionar, correram á praia.
Com pequenas excepções, o amor no seculo XIV tinha em Granada as mesmas leis que na côrte da condessa de Champagne. O leitor poderá agora dizer-nos o mesmo que Safio a Vasco e João Canhoto: Deixemo-nos dessas cousas. O marinheiro accrescentou: Vamos: a noite de S. João é para descantes e folias! Venham as moças para o terreiro.
Moura ou christã, se enfeitiçava, era com os olhos. Não precisava de outra cousa, accudiu João Canhoto. A bôa gente vi ficar de bocca aberta para ella, este anno ainda na procissão de Corpus, e depois não tem sido nem a um, nem a dous senhores de alta linhagem que tenho visto seguil-a, todos requebrados.
Uma grande porção de galeotes, petintaes e espadeleiros de Gaya e Villa Nova arranhavam em violas, tocavam tamboril, ou cantavam, fazendo coro, a canção entoada por um rapaz alto e de ar jovial, que era nem mais nem menos o Safio apregoado por João Canhoto.
Ui, Canhoto, exclamou elle; que mau olhado vos deu, e em toda essa gente, que tendes cara de quem viu o trêpo em encruzilhada?! Jesus! bento nome de Jesus! repetiram as mulheres, deitando a correr para o lado da povoação, como se a presença daquelle homem quebrára o encanto de terror em que estavam.
Os petintaes, galeotes e mais festeiros pouco a pouco se tinham approximado, ouvida esta exclamação, e vendo que se não tratava de mais do que de arrancar á morte uma creatura, o exemplo de Safio e Canhoto foi seguido, e, instantes depois, João Bispo a depositava em terra a sua preciosa carga. De novo reinou o silencio.
Qual feitiço, nem meio feitiço! resmungou João Canhoto. Não acreditas! accudiu outro mesteiral. As mouras todas sabem de feitiçaria, e quando querem querem que um homem lhes queira, a ellas ou a quem isso lhe pede, apanham um sapo, e cozem-lhe os olhos. Não digo que se não façam desses maleficios; mas a rapariga do Bispo... Homem, é moura e basta.
Todas as orações, todas as fórmas de esconjuros se lhes embaralhavam na memoria, e os lábios negavam-se a pronuncial-as. Meia-noite, tartamudeou João Canhoto, momentos antes emprazador de phantasmas, e fazendo ao soar a ultima badalada o signal da cruz ás avessas. Valham-me os santos e santas do céu! Jesus! bento nome de Jesus!
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