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Atualizado: 25 de julho de 2025


As mãos ora corriam rapidas, ora vagarosas, traduzindo claramente os sentimentos e as ideias que se iam succedendo na sua juvenil imaginação. De quando em quando, corria á janella a vêr se divisava o negro, mas voltava com a melancholia no rosto, sempre formoso. O cabinda entrou n'um dos intervallos em que ella tocava. Apenas elle surgiu á porta da sala, Magdalena deu um grito.

O cabinda que lhe seguia o menor dos movimentos, que parecia mesmo estar lendo o que se passava no seu intimo, permanecia immovel, suspenso, n'uma contemplação profunda e silenciosa; A leitura da pequenina carta foi rapida, mas, n'esse pequeno momento da sua duração, Luiz subiu todas as notas da escala harmoniosa dos transportes sublimes da ventura. O bilhete dizia o seguinte: «Luiz

E filha do cabinda lhe chama elle. O negro vivia na sua terra, alegre e feliz; tinha seus paes, a sua companheira, os filhos e a sua familia. Um dia, não sabe como, achou-se com todos elles dentro d'um navio, que começou a affastal-o, cada vez mais, da sua patria.

Sou muito desgraçada, cabinda! O branco... Maltratou-me... sahiu... me não ama!... O negro levantou-se de subito. Fervia-lhe nas veias o sangue da sua pura raça africana. Passou-lhe pela mente uma ideia terrivel; os olhos fuzilavam-lhe relampagos, as mãos tremiam-lhe convulsivamente. Cahiu-lhe d'ellas o ramo de flores, quando elle exclamou: Oh! o branco é bom! Foi o mulato! o mulato é mau!

A Belmira traz ao seu senhor as flôres dos negros, porque o cabinda e os seus parceiros tambem festejam os annos do pae da senhora moça, respondeu o negro, em quanto a pretinha offerecia a Jorge um lindissimo ramo de mimosas flôres. Obrigado, Belmira, obrigado, cabinda, disse o capitalista, affagando a creança.

O cabinda, no entanto, jazia no extremo da varanda, que deitava sobre o terreiro, dizendo comsigo a meia voz: Os brancos veem amanhã; o mulato virá tambem. Cabinda, a senhora moça é tua filha! Vai em meio o jantar, no dia seguinte. A animação é completa, e viva, sincera e espontanea a alegria, que referve em cada conviva.

Obrigado, meu branco! obrigado, meu branco! exclamou o negro, beijando phreneticamente as mãos ao moço. Que fazes, cabinda? acudiu Luiz, commovido, porque traduzia n'aquelles beijos a affeição do escravo por Magdalena.

Instantes depois, entrava o cabinda como doudo na sala e ia ajoelhar-se aos pés de Jorge, beijando-lhe phreneticamente as mãos e exclamando em extrema commoção: Bem haja, meu senhor, bem haja, que fez feliz o branco e a filha do cabinda!

O cabinda estava entrado em edade, mas vigoroso ainda, e sempre dedicado. Occupava-se o negro da limpeza das parasitas, que tentavam envadir as aleas dos jardins, e em algum serviço de Magdalena, sendo, de resto, tractado com toda a estima e amisade.

«Luiz.» O negro partiu. Quando chegou ao Botafogo ainda Magdalena estava sentada ao piano, para onde a vimos encaminhar-se depois de ter affagado Jorge, seu pae, com dous affectuosissimos beijos. O piano não estava agora gemendo deliciosas harmonias; estava sendo a victima da anciedade, em que Magdalena esperava o cabinda.

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