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Atualizado: 16 de junho de 2025


O professor Buchner, da faculdade de lettras de Caen, escolheu ha pouco tempo para assumpto d'uma conferencia interessantissima a nova direcção que a litteratura britanica tem dado ao romance depois de Dickens e Thackeray, «os heroes da satyra e do bom humor», como elle mesmo lhes chama.

O dr. Luiz Büchner confirma a opinião de Vico. Cita uma observação de William Bell, a respeito do monosyllabo loh, empregado em muitas linguas para designar a luz, a chamma, e que procede da simples exclamação oh! precedida de um l ou de uma vibração da lingua.

O grande espirito philosophico do nosso tempo, a grande creação original, immensa da nossa edade, não passa de confusão e embroglio desprezivel para o professor de ninharias, que cuida que se fustiga Hegel, Stuart Mill, Augusto Comte, Herder, Wolff, Vico, Michelet, Proudhon, Littré, Feuerbach, Creuzer, Strauss, Taine, Renan, Buchner, Quinet, a philosophia allemã, a critica franceza, o positivismo, o naturalismo, a historia, a methaphysica, as immensas creações da alma moderna, o espirito mesmo da nossa civilisação.... que se fustiga tudo isto e se ridicularisa e se derriba com a mesma sem-cerimonia com que elle palmatoadas nos seus meninos de 30, 40 e 50 annos, de Lisboa, do Gremio, da Revista Contemporanea!

Sentimos a seu respeito, por intuição, o que mais tarde a sciencia nos revellou em obras memoraveis como o são alguns dos trabalhos de Flamarion sobre astronomia e designadamente o prodigioso e fascinante livro de Buchner La Lumière et Vie, que nos revellou com uma pujança de saber e de logica inexcedivel, e uma linguagem colorida e vigorosa incomparavel, as incalculaveis maravilhas da natureza que anteviamos com olhos apenas d'um poeta enamorado.

Diz mais o orador: «Sr. presidente! e a entonação do tribuno continua a ser lacrimosa e pathetica li os sarcasmos de Voltaire, as ironias de Swift, as investigações de Renan, os de-esperos de Schopenhauer, Hartman inventando religiões para o futuro, Buchner divinisando a materia.

O livre pensador não é pois, apenas o inimigo de uma seita, de um culto ou de um systema religioso ou philosophico; é o inimigo de todas as religiões, sejam ellas quaes forem, porque todas enfermam egualmente do mesmo vicio inicial. As religiões, disse Luiz Buchner, são como os pyrilampos carecem da escuridão para brilhar. Quem diz Biblia, quem diz Evangelho, quem diz Alcorão diz fanatismo.

E é assim que o homem, de conquista em conquista, chegará um dia, como diz Büchner, ao paraizo futuro, ao paraizo terreal, d'onde não veio mas para onde vae, e que não é um dom divino primitivo mas o fructo derradeiro do trabalho humano.

Estas são as aguias audazes que roçaram as azas pela tela azul do firmamento, visitando os archipelagos de mundos, que, na phrase do materialista Buchner, infinitamente distantes uns dos outros, povoam o immenso deserto das alturas. D'esses não fallava eu, porque os respeito tanto, quanto me é vedado conhecel-os. Fiquem estes e outros mathematicos para logo; fallemos por agora da mathematica.

Reflectidamente accusa o professor Buchner os modernos romancistas da Inglaterra de descurarem um pouco a fórma por attenderem demasiadamente á materia; finalmente de uma exuberancia extrema de pormenores, e até de personagens, exuberancia esta que por mais d'uma vez abafa o centro de gravidade, o verdadeiro heroe do romance.

Obedecendo a uma sêde interior de verdade, ouvia e meditava o que os camaradas estudiosos lhe diziam e lia com avidez as obras que elles lhe indicavam. De lições escolares pouco cuidava, que os lentes eram uns velhos estupidos e ignorantes, do novo methodo nada sabiam. Buchner, Spenser, Comte, Littré, Darwin, Taine e Haeckel, esses eram verdadeiros mestres.

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