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Atualizado: 14 de julho de 2025
E eis ahi as razões porque eu não sou buddhista... nem Anthero de Quental o é, embora julgue sel-o. A evolução dolorosa que terminou com o seu ultimo soneto, esta longa e tempestuosa viagem atravez do mar tenebroso da phantasia metaphisica, parece ter concluido.
Anthero tambem opina pelo banco ultramarino e pela iniciativa da exposição. Não o perturbemos n'essa illusão suave. Menos barbaro que Affonso IV com D. Ignez de Castro, deixemol-o passeiar pelos saudosos campos do Mondego. N'aquelle engano d'alma ledo e cego! Mas, meu caro sr. Marinozzi, seja menos injusto. Suspeita que essas ovelhas tresmalhadas produzam tamanha desordem no aprisco lisbonense?
Assim, venho simplesmente fazer-te a innocente declaração do modo como avalio o escripto do sr. Ortigão em face dos escriptos do sr. Anthero. Este, disse eu, que, na sua carta, productora d'esses alvorotos revidos e impotentes, offerecera á luz do dia o fiel traslado do seu caracter.
Parece que o soneto, pelos moldes precisos e rigorosos em que se vaza, seria o menos proprio dos generos de poesia para fixar, em formosa esculptura, as abstracções metaphysicas em que o genio de Anthero do Quental se compraz principalmente.
Anthero de Quental contrahira perante o paiz e a geração moderna o compromisso de pôr em obra essas generosas aspirações. De dia a dia tornava-se mais reparavel o seu silencio, mais censuravel a falta de actividade litteraria.
Ao dar á publicidade o livro revolucionario as Odes modernas, em 1865, accentuada poesia de combate, Anthero rasgou todas as composições anteriores, para que não ficassem vestigios d'esse periodo contemplativo. Dera então o maximo relêvo á «revolução moral e intellectual», como o facto mais importante da sua vida, segundo confessa na Autobiographia.
Julio de Mattos, que incompleto como está, já mostra que ha-de ser um quadro tão bello, tão bem feito como o do Chico Anthero. O retrato do dr. Magalhães de Lemos tambem é um bello trabalho. Ha mais dois retratos de senhora, dois estudos, como Loureiro lhe chamou, mas que são dous primores.
Sobre esse livro, e agradecendo ao auctor o offerecimento de um exemplar, escreveu-lhe Anthero do Quental a carta que para este opusculo trasladamos do n.º 79, 2.º anno, do 1 de dezembro de 1889, da Revista Popular de Conhecimentos Uteis.
Esta carta tão bella na fórma, e tão profunda no pensamento, apresenta porém a contradicção fundamental a que Anthero succumbiu. O ascetismo é a contemplação mais inerte: o Bem demanda a actividade mais incansavel, o esforço mais tenaz. Como conciliar estes dois termos oppostos?
Não tem sido este o movimento das idéas, a evolução do pensamento creador na segunda metade do nosso seculo? Já socega, depois de tanta lucta, Já me descança em paz o coração... Anthero de Quental resolveu destruir todas as suas poesias lugubres. Sentia remorsos por alguma vez ter estado n'uma disposição de animo que agora considerava com horror.
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