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Havia um novo tom festivo no chocalhar das recuas dos almocreves, no rodar das pesadas carroças da hortaliça de que se exhalam emanações appetitosas de cuentro e de pimpinella, no tic-tic do passo miudo e zeloso dos jumentos saloios ajoujados de bilhas de leite e de seirões de roupa lavada. A agua das regas rumorejava suavemente por baixo da macia verdura aveludada dos favaes.

Descia, ia folhear o seu Breviario; mas a voz de Amelia fallava em cima, o tic-tic das suas botinas batia o soalho... Adeus! a devoção cahia como uma vela a que falta o vento; as boas resoluções fugiam, e voltavam as tentações em bando a apoderar-se do seu cerebro, frementes, arrulhando, roçando-se umas pelas outras como um bando de pombas que recolhem ao pombal.

Ria-se, sem que ninguem desse por isso, que eram tantas as rugas na cara, que mais uma menos uma não fazia differença. Onde se lhe conhecia a alegria era nos olhos, uns olhitos pequeninos, sem côr. A burrinha a trote, tic-tic! e elle: Bons dias, visinho! Então o cavallicoque escanzelado, muito malcreado, tinha o máu sestro de rinchar.

Era branca e lustrosa como um cotãosinho de serralha, esbelta, com as mãosinhas muito finas, viva, com as orelhitas muito curtas. Uma estampa. Quando o avô sahia n'ella, não havia general em campo de batalha que mais garboso se apresentasse. Tic-tic! iam os dois pelos caminhos. Vinham as mulheres ás portas e era um côro: Benza-te Deus, burrinha!

Contra todos tinha uma pedra no sapato e, quando o lazão rinchava, dizia: «DesavergonhadoMas não desconfiava d'elle. Tão feio!... Quiz ver se a Pomba se trahia. Quando passeava pela aldeia na burrinha, ia-lhe sempre observando qualquer gestosinho das orelhas. E ella muito seria... tic-tic!... Uma madrugada vim dar parte ao avô de que havia mais um machinho na cavallariça.

Amaro abriu o seu Breviario, ajoelhou aos pés da cama, persignou-se; mas estava fatigado, vinham-lhe grandes bocejos; e então por cima, sobre o tecto, através das orações rituaes que machinalmente ia lendo, começou a sentir o tic-tic das botinas de Amelia e o ruido das saias engommadas que ella sacudia ao despir-se. Amaro Vieira nascera em Lisboa em casa da senhora marqueza d'Alegros.

O avô não gostava do atrevimento; mas que havia de fazer senão conformar-se com o namoro desaforado de quantos quadrupedes na terra havia? Era a linda cabecinha branca apontar entre os humbraes da cocheira e logo cada zurro de repicaponto, que, fosse a Pomba como certas mulheres, seria a aldeia um céo aberto. Ella, muito dengosa, tic-tic! olhava para todos de soslaio, mas nenhum encarava de fito.

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