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«Não é deliciosa esta gentil Chalinhy?...» perguntou alguem atraz da baroneza de Node, «é preciso que Norberto seja muito tolo para não o comprehender, pois não é verdade?...» Era o duque de Arcole que assim falava, dirigindo-se ao visinho, um dos irmãos Mosé, o conde Abel, um dos parisienses mais circumspectos da sociedade elegante; tão circumspecto que Luciano d'Arcole ficou sem resposta.

Teem antecipadamente tudo preparado para que a busca em resultado a completa cegueira do accusador. Era assim que, julgando a prima por si, Joanna de Node interpretava um reviramento, tão extraordinario no qual não acreditou nos primeiros momentos, e em que, agora mesmo, com difficuldade acreditava.

Julio de Node era frequentador das corridas; pertencia a um dos melhores clubs e salientava-se entre essa «coterie» que faz a moda no verão, em Deauville; nas caçadas, nas margens do Sena e Oise, no outomno; em Pau e na Riviera, no inverno e na primavera em Paris, n'esse Paris que vae da praça Vandome a Longchamps.

Advinha-se logo ás primeiras phrases d'esta narrativa: que, á data em que a historia começa, existia entre a baroneza de Node e Norberto de Chalinhy, marido de Valentina, uma ligação muito intima. Esta intimidade durava havia mais de um anno.

Joanna de Node ia em demanda de novidades, depois de ter passado toda a tarde em passeio e em visitas, sempre com a mesma idéa fixa: Chalinhy está na casa da rua Lacépède... O que terá acontecido?... As mais variadas hypotheses tinham umas após outras surgido ao seu espirito desde o homicidio que de novo reapparecia para logo ser repellido, como insupportavel para a sua consciencia, até á, muito mais provavel e em parte conforme com os factos, d'um inquerito junto dos lojistas visinhos.

Sabia pelo rumor publico, e por informações mais positivas, da ligação d'ella com o marido da prima. Cortou as relações com toda a familia da esposa, excepto com a tia de Nerestaing, que, melindrada pelo procedimento da sobrinha para com ella, tomou o partido do marido. Julio de Node calculou, pois, que a velha fidalga seria a melhor mensageira para uma negociação tão delicada.

Consistia principalmente na mais mesquinha, na mais incomprehensivel, na mais violenta das paixões de que as naturezas seccas e desprendidas, como a sua, sejam capazes: A baroneza de Node não amava Chalinhy, odiava Valentina, e desde a sua longinqua infancia, por motivos tão impenetraveis, tão intimamente nascidos no recondito da sua alma que ella propria o ignorava a principio.

Eu o saberei! Mas como? Era noite e a baroneza de Node entrara em casa, passado muito tempo, sem que, atravez d'essas multiplas occupações d'uma tarde toda: escrever bilhetes, receber visitas intimas, fazer a sua toilette para a noite cessasse de dirigir a si mesma esta pergunta, para que não obtinha resposta: «Sim, como

Attestam bem quanta leviandade ha nas conversas dos salões e dos clubs, e tambem que n'ellas caminham a par o indifferentismo e a ferocidade! Mas a baroneza de Node não se achava em presença de um «diz-se», tratava-se d'um facto, com consequencias funestas!

Aberta a porta, entrou precipitadamente, abandonando o batente que se fechou logo, mas não com tanta rapidez que Joanna de Node não tivesse tempo de ver quadros, columnas e uma escada atapetada mas não distinguindo quem veio abrir a porta.

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