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Atualizado: 11 de maio de 2025


Esta familiaridade da parte d'uma creatura de tão infima condição, a cujo nivel o dialogo travado a rebaixára, fez ruborisar a baroneza de Node. Não renunciou, porém, por tão pouco, a um projecto de que esperava um resultado tão simples quão definitivo e completo.

Vinte vezes Joanna de Node o tinha visto, em jantares como este, sentar-se junto d'ella com o mesmo aspecto melancolico, contrafeito, com os mesmos modos retrahidos d'um homem que se encontra n'uma situação falsa, e vinte vezes lhe disse, para o empolgar, para readquirir o imperio sobre elle, phrases de estimulante ternura como a que lhe murmurou, quasi em segredo, aproveitando o primeiro bulicio da instalação á mesa: «

Depois da scena d'essa manhã, a sahida de Chalinhy, sem se ter despedido da esposa, era de natureza a causar admiração a Valentina, mas elle calculou que se voltasse a casa não poderia ser superior aos seus nervos e provocaria uma explicação plausivel. Caminhava depressa, com receio de que Joanna de Node sahisse logo tambem, e não queria encontrar-se outra vez com ella.

O mundo que começava a perceber a existencia da intimidade entre Chalinhy e Joanna, não acreditava, sem reservas, na ignorancia da marqueza. «Finge que não percebe, por causa dos filhos...» dizia-se. A baroneza de Node, porém, sabia perfeitamente como lhe tinha sido facil abusar d'uma creatura que se julgaria aviltada por suppôr a sua companheira d'infancia capaz d'uma infamia.

Para comprehender os sentimentos que uma tal descoberta produziu em Joanna de Node, é necessario precisar uma situação de facto indicada, e um estado d'alma mais essencial ainda. Certos actos são por si mesmo tão graves que parecem tocar os limites da nossa culpabilidade. Podem, comtudo, ser ainda aggravados com a maldade dos sentimentos que nos compelliram a pratical-os.

Joanna de Node ouviu esta declaração, para ella tão completamente inexperada, com uma estupefacção que a paralisou durante um minuto. Lia na physionomia d'este homem, que sempre conhecera tão hesitante, tão complexo, uma resolução inabalavel e viva! Porque processo a visitante do pavilhão da rua Lacépède, havia transformado esta vontade habitualmente tão vacillante e agora tão firme?

A baroneza de Node, que disse ao cocheiro que descesse a avenida do mesmo nome, a passo, não perdia um unico gesto da passeante. A certeza do bom exito começava a abandonal-a. Uma tia das duas, a velha condessa de Nerestaing, morava no caes d'Orsay, junto da esplanada. Iria Valentina, simplesmente, visitar aquella velha fidalga? Mas não.

Por certo que a baroneza de Node não denunciava, ao analysar a sua figura, nada de particularmente notavel, parecendo até, á primeira vista, que deveria passar desapercebida, por toda a parte; era uma mulher mais baixa do que alta, muito gentil, mas d'uma gentileza um tanto fransina, um pouco delicada, de olhos pretos, d'uma notavel ternura, cabellos castanhos, iguaes a todos os cabellos castanhos, e d'um talhe fino, esbelto, semilhante a todos os talhes finos.

A baroneza de Node presenceou tudo, tão bem quanto lh'o permittia o afastamento forçado do seu posto de observação, com uma alegria cruel, a que se misturava, porém, muito espanto, para ser completa.

A senhora de Sarliévre, na qualidade de dona de casa, julgava faltar a um dever de delicadeza, se não proporcionasse a duas pessoas, suspeitas d'um amor clandestino, estando em sua casa, mais uma occasião de passarem algumas horas ao lado uma da outra. Reservou tambem, naturalmente, a Chalinhy o prazer de conduzir para a mesa a baronesa de Node.

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