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« estás tu novamente com os teus receios» interrompeu Joanna, encolhendo os seus formosos hombros. «Porque imaginas que a tia de Nerestaing se occupa com as nossas pessoas? «Estou um pouco indifferente com ella ha uns dez annos. Não me nunca e nem mesmo pensa em mim. E emquanto Valentina, ninguem tem nada a revelar-lhe, tenho-me cansado a repetirt'o

«Não é portanto a narração que a tia Nerestaing lhe poderá ter feito a respeito da sahida da Opera que lhe forneceu novos indicios», diz Joanna com uma graça na voz e no olhar que suavisava, com uma caricia, a ironia da reprehensão, e, tomando-lhe a mão, accrescentou: «Chorei muito hontem, na carruagem, mas, afinal, reconheço que tinhas razão!...»

Inquieta por causa do marido que sabia achar-se em disposição de ler a confissão da morta, e fatigada por ter cumprido, na rua Lacépède, o funebre dever, a nobre mulher sentiu uma intensa dôr, quando soube que Joanna a esperava. Recordou-se de que, durante horas, depois das revelações da tia Nerestaing, se havia debatido contra provas indiscutiveis.

«E esta entrada dos dois na mesma carruagem, depois da recita na Opera, estando Valentina avisada, era realmente uma prova. «Foi com certeza avisada. A senhora de Nerestaing nunca gostou de mim e tambem não gosta de Joanna. Quer mostrar-nos a sua vontade. No fim de contas podia ter referido ditos vagos, não apontando factos positivos.

A que mais tarde se devia tornar a gentil castellã do glorioso Nerestaing, era, com effeito, uma creança muito equilibrada, muito prudente, muito circumspecta, uma pequena senhora, emfim, e a tia, seduzida pelos seus encantos, estimava-a mais do que á sua propria filha, ao mesmo tempo que, por uma piedade natural, mas não menos imprudente, prodigalisava á pequenita, que não tinha mãe, os mais indulgentes afagos.

A baroneza de Node, que disse ao cocheiro que descesse a avenida do mesmo nome, a passo, não perdia um unico gesto da passeante. A certeza do bom exito começava a abandonal-a. Uma tia das duas, a velha condessa de Nerestaing, morava no caes d'Orsay, junto da esplanada. Iria Valentina, simplesmente, visitar aquella velha fidalga? Mas não.

Os paes das duas primas eram irmãos; chamavam-se, conforme o costume francez que destruiu a nobreza multiplicando os titulos nobiliarchicos quando pelo contrario toda a casa nobre deveria ser vinculada n'um dos seus membros, seu representante um o conde e o outro o visconde de Nerestaing. Valentina era filha do mais velho.

Apezar da certeza de Joanna, e, posto o facto de esta ter sido recebida no quarto da esposa, o levasse a crer que a sua doença era effectivamente physica, um invencivel presentimento continuava a dar-lhe como suspeita a visita da velha senhora de Nerestaing e a attitude de Valentina depois d'ella.

Pelo facto de nas partilhas ter pertencido esta maravilha de architectura ao representante da familia, tinha o mais novo sido desterrado para uma quinta proxima, denominada «Os Salgueiros» e que pertencia por acaso aos Nerestaing, devido á liberalidade de um parente.

Sabia pelo rumor publico, e por informações mais positivas, da ligação d'ella com o marido da prima. Cortou as relações com toda a familia da esposa, excepto com a tia de Nerestaing, que, melindrada pelo procedimento da sobrinha para com ella, tomou o partido do marido. Julio de Node calculou, pois, que a velha fidalga seria a melhor mensageira para uma negociação tão delicada.

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