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E ele viu, através do seu delirio, Pela primeira vez, sua figura Enigmatica, occulta, transcendente... Viu que existia n'ele um outro sêr: O que domina as trevas e possue Sempiterna Presença Espiritual... Parte da sua vida inominada Que não é propriamente a sua vida, E constitue as vagas e remotas Fronteiras da sua alma que se perde, Em humildade e amor, na luz de Deus.
Vós, senhora, posto que muita causa tenhaes para ser triste, pela perda que perdestes n'ele, que era o melhor cavaleiro d'esta terra toda, tendes tambem muita razão para louvar a Deus por ele ser tal. Deixae o pranto, e vêde o que mandaes que se faça; que parece, senhora, escandalo curardes mais de vossa dor que de vosso irmão, emquanto o tendes diante de vós.»
«Aonia, que o entendeu, muito de manso lhe tornou: «Está», ajudando a palavra com o abaixar dos olhos, que de todo então, ao dizer d'aquilo, pôs n'êle.
«Levantou então Belisa, cansadamente, uma mão, com a manga da camisa tomada, para lhe limpar os olhos; mas, não seguindo éla já a sua vontade, se lhe deixou a tornar a cair para baixo. E éla, pondo os olhos fitos n'êle: «Não mais, disse, para sempre!» E, d'ahi, os foi cerrando, vagarosamente, como que lhe pesava de o deixar assim.
E, inda bem o não ouvia, quando, correndo por ante si, viu passar o seu cavalo, e uns lobos após êle, e após êles, de longe, vinham correndo uns cães com grande grasnada. «E, ao saltar d'este ribeiro, caiu n'êle o cavalo. E, chegando os lobos, começaram a mordê-lo por todas as partes, de maneira que, comquanto prestemente Bimnarder acudiu, já êle era morto.
«Tudo quanto ha n'este vale é cheio de uma lembrança triste para quem tiver ouvido o que dizem que aconteceu n'êle, e o que foi já em outro tempo; que pareceria então que não era para vir a este de agora. «Mas tudo é assim. Emfim, fazem-se umas cousas para outras, para que se não faziam. «Trazem-nos os nossos fados não sei quê ante os olhos, que temos as cousas diante, e não as vemos...
«Não podeis vós já, senhora, fazer cousa ante mim que haja mister perdão de mim; antes, quanto mais vossas cousas ólho, me vae parecendo que não viestes aqui senão para vos eu ouvir; que, até agora, costumava eu andar espantada, de mim para comigo, como podia durar tanto uma dôr depois d'acabada a causa d'éla, e como a não gastava o tempo, como as outras cousas todas que n'êle ha! E, porque eu não via isto na minha mágoa, tornava dando a culpa d'isto a outrem, porque, pela ventura, me era forçado tornar a dar a mim maior pena... Ou... que digo eu, pela ventura?... E aqui, indo eu para dizer outra cousa mais, se me pôs diante o pouco conhecimento d'entre nós ambas, e calei-me, assim como que me não quisera calar.
Ainda que, quem me manda a mim olhar por culpas, nem por desculpas? O livro ha de ser do que vae escrito n'êle. Das tristezas não se pode contar nada ordenadamente, porque desordenadamente acontecem élas. Tambem, por outra parte, não se me dá nada que o não leia ninguem; que eu não no faço senão para um só, ou para nenhum; pois d'êle, como disse, não sei novas, tanto ha.
Palavra Do Dia
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