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Apontar Jaime de Magalhães Lima dentro da justiça perfeita, não é, pois, elogiar o individuo: é apelar para um belo manancial de ideias e sentimentos de amor e verdade. Ha de um dia a literatura dar-lhe o lugar devido. Isso não nos preocupa. O Futuro dignifica sempre o Passado.

Se o árabe diz a verdade, quando afirma que os cães ladram, mas a caravana passa, menos se iludirá quem vaticinar caminho seguro á caravana, porque coaxam algumas rãs, chamando desfastios aos Contos do Natal de Candido de Figueiredo, ou a qualquer deliciosa revelação da arte verdadeiramente portuguêsa á qual Jaime de Magalhães Lima não muito trabalho, como muito talento e muita conciencia.

E, atualmente, não sabemos doutro mais elevado de intelèto, mais verdadeiramente pensador e artista, do que Jaime de Magalhães Lima. Quem é? Ninguem em Portugal desconhece os Magalhães Lima. Um velho austero e popularissimo em Aveiro usou esse nome, legando-o a dois homens singulares de meritos, a dois irmãos: Sebastião e Jaime.

Este, como dizia o justiçador de Balzac, Edmundo Werdet, era egoista, de coração de aço, de torso do Antinous, de pernas de argila, implacavel com tudo que não fosse obra sua, de estilo corréto, mas seco e frio. Jaime de M. Lima é forte, mas tolerante, magestoso mas simples como os patriarcas biblicos.

A rigor, não poderia êle dizer como Lessing: «Se Deus tivesse a verdade na sua mão direita e na esquerda o amor sempre inquieto da verdade, e me dissesse: Escolhe! eu, ainda que me condenasse a enganar-me eternamente, optaria pela esquerda. Pai dir-lhe-ia eu a verdade é para ti». Não. Jaime de Magalhães Lima não tem a febre da verdade, porque a encontrou plenamente, e disso está convencido.

Tolstoi precisou de escandalizar a Europa, embora involuntariamente, para se reconhecer como era um genio moral e mental. Jaime de Magalhães Lima, avisado pelo exemplo do Mestre do Caucaso, não póde ser precipitado na justiça pelo escandalo involuntario sequer. A sua modestia, verdadeira a ponto de ser excessiva, até desse destaque o afasta.

Ninguem póde tambem esperar dele a venalidade de Sainte-Beuve, o seu espirito de intriga, capaz de felonias como a que perpetrou com o enorme poeta Alfredo de Vigny, o pessimista dolorido. A grande bondade de Jaime de M. Lima, genializada por uma intensa paciencia, afastam-no da cólera, e a sua desambição perfeita livra-o por completo de transigencias com o logar-comum e com o estrondo sètario.

A Vida Portuguesa Quinzenário. A Evocação da Vida Augusto Casimiro. Regresso ao Paraiso Teixeira de Pascoaes. Esta História é para os Anjos Jaime Cortesão. O Espírito Lusitano ou o Saudosismo Teixeira de Pascoaes. A Sinfonia da Tarde Jaime Cortesão. O Criacionismo Leonardo Coimbra. A Educação dos povos peninsulares Ribera y Rovira. Romarias António Correia de Oliveira.

A diferença está apenas nos caminhos. Aquêle quis ver primeiro em terra o Trono que machadou durante 30 ânos. Jaime nunca se preocupou com as velharias do Passado. Sem as ferir diretamente, rasgou com coragem e a verêda do Futuro e, parecendo conservador, é o mais avançado revolucionario. Porisso a sua nobre tolerancia é o mais valente grito de guerra.

Quem assim é tolerante tem a certeza de que o Erro cái de per si á simples aparição de toda a Verdade. Jaime de Magalhães Lima é talvês assim, visto como que num simples instantaneo.

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