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Ella séria, quasi grave: Madame Colombe, 16, rua do Helder, quarto andar, porta á esquerda. Á porta, empurrada levemente, o creado avançou a face nedia. Ordenei uma lagosta, pato com pimentões, e Borgonha.

Ao passar na Magdalena, deante da estação dos omnibus, pensei: Que será feito de Madame Colombe? E, oh miseria! pelo meu miseravel ser subiu uma curta e quente baforada de desejo bruto por aquella besta suja e magra! Era o charco onde eu me envenenara, e que me envolvia nas emanações subtis do seu veneno.

Depois, uma tarde, trepando com a costumada gula a escada da rua do Helder, encontrei a porta fechada e arrancado da hombreira aquelle cartão de Madame Colombe que eu lia sempre tão devotamente e que era a sua taboleta... Tudo no meu ser tremeu como se o chão de Paris tremesse! Aquella era a porta do Mundo que ante mim se fechára! Para além estavam as gentes, as cidades, a vida, Deus e Ella.

Eu exijo o nome do que manipula as drogas que sou chamado a engulir, porque a verdade é esta: que, por melhor que me pareça uma limonada de citrato de magnezia ou uma fatia de galantine, suspeito de uma e da outra se me disserem que a galantine foi feita pelo sr. Jara, boticario, e a magnezia pelo sr, Colombe, salchicheiro.

E eu ficára sósinho, n'aquelle patamar do Não-ser, fóra da porta que se fechára, unico ser fóra do Mundo! Rolei pelos degraus, com o fragor e a incoherencia d'uma pedra, até ao cubiculo da porteira e do seu homem que jogavam as cartas em ditosa pachorra, como se tão pavoroso abalo não tivesse desmantelado o Universo! Madame Colombe?

Depois, n'um esforço ultra-humano, com um rugido, sentindo que, não sómente toda a entranha, mas a alma se esvasiava toda, vomitei Madame Colombe! Recahi sobre o leito de D. Galião... Recarreguei o chapéo sobre os olhos para não sentir os raios do sol. Era um sol novo, um sol espiritual, que se erguia sobre a minha vida.

Era a Madame Colombe, que esfuziára da chamma da vela, e saltára sobre o meu leito, e desabotoára o meu collete, e arrombára as minhas costellas, e toda ella, com as saias sujas, mergulhára dentro do meu peito, e abocára o meu coração, e chupava a sorvos lentos, como na rua do Helder, o sangue do meu coração!

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