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O regimen monarchico-democratico uma vez varrido pela Villafrancada, o marquez de Palmella fôra chamado por D. João VI para o ministerio de Estrangeiros afim de deslindar a embrulhada situação externa legada pelas Côrtes, cujas relações com os outros Governos estavam geralmente rotas.

Amarrotou a Gazeta furioso, batendo com as costas da mão no artigo dos «tres estados», emquanto passeiava, declamando: Isto que ele fez agora, deitar a mão á corôa, o tentou por duas vezes em vida d'esse pobre diabo de D. João VI, combinado com a porca da mãe. Correu-lhe mal a coisa, teve que submetter-se na Villafrancada, e da Abrilada foi rebolindo de castigo para o extrangeiro.

Verdade é que o Governo Constitucional estrebuchava nas ancias da morte desde a Villafrancada, e que a plena auctoridade restabelecida do soberano buscaria instinctivamente firmar-se na amizade britannica, tradicional na sua dynastia, ainda que fossem fortissimas as seducções empregadas pela Santa Alliança para angariar mais este sequaz.

Tambem sentia a ancia do desconhecido, herdada dos primeiros povoadores da ilha Terceira, base das arremettidas a esse mysterioso oriente, que pretendiam tomar por occidente, dando por fim rumo a Colombo; tambem queria saber o que haveria para álem da curva do mar largo, essas terras onde tudo se decidia: a França, mãe da liberdade, regressada ao antigo regimen, invadindo a Hespanha constitucional, o que animara D. Miguel a derrubar na Villafrancada as instituições de Vinte; a Hespanha, de Cadiz, a cujo exemplo estalára a revolução de 24 de agosto de 1820, tentando agora restabelecer a inquisição; a Inglaterra, que apoiára a carta constitucional doada por D. Pedro, e decerto auxiliaria a revolução de 18 de maio contra a usurpação de D. Miguel, secundada na ilha em 22 de junho, ainda não havia um mez; o Brasil de onde vinha dinheiro; Portugal para onde iam tributos; Lisboa, de onde uma embarcação traria um primo para lhe arrebatar a mulher amada, ou viria buscal-a e levar-lha.

A dupla corrente tradicional na politica portugueza, a da alliança britannica contra a da amizade gauleza, recrudescêra no seu embate, depois da Villafrancada, com a accessão simultanea de Palmella e Subserra ao poder, concretisando-se não n'uma emulação de interesses politicos e dynasticos, como até n'um desafio de honrarias reaes.

Pois é isso mesmo o que mais me doe. O bravo cinco! Um batalhão degredado para aqui pela sua firmeza, quando até o famoso dezoito de infanteria, unico que não fôra á Villafrancada, se bandeou, depois de ter recebido, n'essa hora tragica, um exemplar da constituição confiado á sua guarda, e de ter jurado morrer pela liberdade! O cinco, o bravo cinco!

Estava coacto, sim, é a desculpa d'esses homens que para vergonha nossa ainda governam cidadãos livres como rebanhos de carneiros. Na Villafrancada e na Abrilada, D. João sexto e D. Miguel declararam-se mutuamente coactos e illudidos, para justificarem as traições e as perfidias em que se digladiava a real familia.