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Mas se seu filho sabe o castelhano necessario para entender os Romanceros, o D. Quichote, alguns dos «Piccarescos», vinte paginas de Quevedo, duas comedias de Lope de Vega, um ou outro romance de Galdós, que é tudo quanto basta lêr na litteratura de Hespanha, para que deseja a minha sensata amiga que elle pronuncie esse castelhano que sabe com o accento, o sabor, e o sal d'um madrileno nascido nas veras pedras da Calle-Mayor?

de Miranda estava assim aparentado com as mais nobres familias do paiz e mesmo com a illustre familia Colonna de Italia. Era-o, tambem, com a fidalguia de Hespanha. A origem hespanhola dos Mirandas explica, como quer o sr. Theophilo Braga, os versos em que o poeta se por parente do fidalgo asturiano Garcilaso de la Vega.

Lope de Vega foi um dos primeiros que lhe deu importancia; começou por mostrar que o metro octosyllabo servia para exprimir os mais altos pensamentos, e pôz em fórma de romance os passos dolorosissimos da Paixão.

Theophilo Braga toma esta palavra, nos apresentam as litteraturas dos povos ainda os mais criadores: n'esse sentido não é original Virgilio, nem Dante, nem Camões, nem Lope de Vega, nem Shakespeare, nem Corneille, nem Goethe. Mas as litteraturas apresentam-nos muitas obras primas, formadas d'uma maneira nova e original com elementos estranhos ou conhecidos.

No seculo XV eram consagrados os nomes de F. del Pulgar, e Juan de Mena, nós vimos florescer Gil Vicente que morreu no seculo seguinte no qual avultaram os nomes de Lucena, Bernardes, Camões, Osorio, Damião de Goes, João de Barros, de Miranda e Bernardino Ribeiro; a Hespanha não teve que invejar-nos porque viu brilhar os de Carcilaso, Luiz de Leon, Luiz de Granada, Marianna, Santa Thereza, Cervantes, Gongora, Juan de la Cruz, Lope de Vega e Quevedo.

Podem os poetas hespanhoes não ser melhores que os nossos, mas a verdade é que são mais originaes, e mais do seu paiz. Foi da Hespanha que partiu o grito destruidor do velho convencionalismo poeta, em redor do qual se haviam agrupado Racine, Voltaire, Corneille o outros. E esse revolucionario audaz e intrepido foi Lope de Vega.

Cumpre, porém, que digamos que nem no seu país nem fóra d'elle, teve Lope de Vega modelo que imitasse, ou rival que excitasse a sua emulação.

Lope de Vega escreveu alguns centenares d'estas peças: mas Calderon tanta vantagem levou aos seus predecessores e contemporaneos, nisto como no mais, que lhe foi concedido um privilegio exclusivo de compor os autos que se haviam de representar na capital, monopolio de que gozou durante trinta e sete annos.

Calderon era official do santo officio e Lope de Vega desmaiava em extase ao dizer missa. O catholicismo inaugurou ainda a sociedade mais popular, mais accessivel, mais equalitaria.

De uma vez atirei para dentro da janella este soneto traduzido do hespanhol de Lope de Vega. Não ha expressões humanas que possam dizer mais: Dava alimento a um passarinho um dia Lucinda, e pela estreita portinhola Foi-se-lhe a ave das grades da gaiola Ao vento livre, onde a cantar vivia. Ouviu-a enternecido o passarinho, Bate as azas para a prisão antiga, Que tanto póde uma mulher que chora.