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Atualizado: 2 de setembro de 2025
A dama como ouuio, que este era aquelle, Que vinha a defender ſeu nome, & fama, Se alegra, & veſte ali do animal de Hele, Que a gente bruta mais que vertude ama: Ia dão ſinal, & o ſom da tuba impelle Os belicoſos animos, que inflama, Picão deſporas, largão redeas logo Abaxão lanças, fere a terra fogo.
45 Vão-a buscar, e mandam adiante, Que celebrando vá com tuba clara Os louvores da gente navegante, Mais do que nunca os d'outrem celebrara. Já murmurando a Fama penetrante Pelas fundas cavernas se espalhara: Fala verdade, havida por verdade, Que junto a Deusa traz Credulidade.
De hum vate acceita o pranto, acceita os votos, Sabe que o Téjo te conhece toda Entre as cultas nações, tu só me illustras, Eu nada tenho que invejar ao Mundo, Quando em viva abstracção te roubo ao Globo; Sem Filicasa, eu Lyrico me acclamo, Ah! sem Tasso, o Cantor do acceso Oriente Cedera a nenhum outro Epica tuba; E meditando harmoniosamente Eu só fôra o Pintor da Natureza Se Arrighi, e Conti co'os pincéis não dérão A tão grande painel mais alma, e vida.
Como queres tu que eu saiba o destino de Palmyra?! Replicou Affonso de Teive. Quem ha-de vir contar-me a Ruivães os desastres que lá vão no seio apodrentado da sociedade!... Mas, se te rala a curiosidade de saber em que lamaçaes a deves encontrar, lança a tua espionagem, diz, alto e bom som, que a fama te confiou a tuba pregoeira dos escandalos, e não faltará quem te illumine e esclareça.
O olfacto fareja essencia de violetas em tudo. O coração tem azas. A fantasia é mais allemã. Os olhos comprehendem a fabula dos Argos e dos lynces. Os ouvidos afinam-se tão agudos que, em comparação, a lebre é surda. Cada gaita de feira sôa-nos como a tuba de Oberon.
Sôa do orgão a tuba, e não é a mão do homem que fere a tecla, nem a musica e pensamento do seu compositor que produz a melodia. Devia o homem vêr no arcano a sciencia divina, que deu ao ar modulado pelo instrumento a euphonica sympathia dos sons e o gentil devaneio do mais accorde accento.
Vão a buſcar, & mandam a diante, Que celebrando va com tuba clara, Os louuores da gente nauegante, Mais do que nunca os doutrem celebrara Ia murmurando a fama penetrante Pelas fundas cauernas ſe eſpalh
77 "Já se ajuntam do monte a quem Medusa O corpo fez perder, que teve o Céu; Já vem do promontório de Ampelusa E do Tinge, que assento foi de Anteu. O morador de Abila não se escusa, Que também com suas armas se moveu, Ao som da Mauritana e ronca tuba, Todo o Reino que foi do nobre Juba.
Sacudindo o sudario, em peso os mortos! Mortos, quem vos chamou? O som da tuba Ainda do Josaphat não fere os valles. Dormí, dormí: deixae passar as eras... Mas foi uma visão: foi como scena D'imaginar febril. Creou-se, acaso, Do poeta na mente, ou desvendou-lhe A mão de Deus o íntimo ver da alma, Que devassa a existencia mysteriosa Do mundo dos espiritos? Quem sabe?
Paremos aqui, para que nos fique nos ouvidos este jovial rumor de beijos, de risos e de vozes de alegria, porque, a prolongarmos mais a narração, vêl-o-hiamos abafado pelos sons revolucionados e anarchicos da philarmonica da terra, que não tardará a festejar a nomeação do conselheiro, e sobretudo pelo estridor da tuba do mestre Pertunhas, tuba verdadeiramente épica, e capaz de mudar a côr ao gesto, como a de que fala o poeta.
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