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Viriatho, regressando da ilha sagrada de Achale para a companhia dos Mil Soldurios, vinha alegre pela novidade que acabava de saber poucos momentos antes: O Senado e o Povo romano ratificaram a Paz assignada por Serviliano! A Lusitania está livre de hoje em diante.

Que a Lusitania nada queria de Roma; e quanto a elle Viriatho não acceitava o titulo de Rei, mas unicamente a simples denominação de Amigo, dada pelo Senado romano.» A mensagem de Viriatho não podia deixar de ser adoptada por Serviliano, porque se limitava exclusivamente ao Tratado de Paz.

O successo inesperado produziu um estranho assombro; Serviliano pensa na retirada, e Viriatho, furtando-lhe as voltas, toma-lhe a dianteira, avançando com rapidez incrivel por veredas que elle conhecia, vindo occupar o arraial do exercito consular, apenas guardado por alguns hastarios.

E Viriatho, tirando o braço direito da cintura de Lisia, tomou o Cinto de ouro mandado pelo Proconsul Serviliano, como symbolo da realeza offerecida, e cingindo-a com elle, disse com voz branda e quasi ouvida pela noiva: A este corpo gentil, que eu desejo e hade ser meu, prendo-o com esta cadêa de ouro, trazida do campo da batalha para a paz da nossa casa.

Quando Viriatho leu essas condições sorriu-se com um superior desdem; e sem demora tornou a enviar os Parlamentarios com os Cavalleiros romanos que os acompanhavam, para dizerem a Serviliano: «Que das suas propostas acceitava a Paz firmada pelo Consul e ratificada pelo Senado, em que se assentasse para sempre o reconhecimento da liberdade e independencia do Povo lusitano na sua terra, e da propriedade dos fructos do seu trabalho.

De resto contava que os habitantes eram tambem uma rica mercadoria de escravos, e um meio para quebrantar as outras cidades pelo terror passando á espada alguns centenares. Serviliano procedia com tranquilidade e segurança, por que uma cidade sem defeza, como Erisane, não tem melhor recurso do que entregar-se ao invasor.

O exercito romano, sem ensejo para entrar em ordem, vae abandonando o terreno, vae recuando, sem plano; Viriatho, com a lucidez dos momentos decisivos, vae-o impellindo para o desfiladeiro apertado entre dois montes cobertos de penhascos, sem que o proprio Serviliano désse pela audaciosa cilada.

Avançando para a Torre Redonda, ia-lhe dizendo Viriatho: Cumpriu-se o teu desejo. A Paz? Com Serviliano?! A Paz com Roma; assignou-a Serviliano, Proconsul e general. Lisia fitava immovel o vulto de Viriatho, crendo um sonho o que escutava.

Em quanto os soldados se regosijavam, conclamando, que Viriatho estava cansado da lucta; que perdera a esperança na causa da Lusitania; que lhe faltava gente e recursos, Serviliano conhecia bem a tactica do caudilho, e suspeitava que Viriatho andaria por longe recrutando novos reforços.

Os tres companheiros iam conversando: Viriatho, com certeza, não sabe quem é Cepio, um dos maiores devassos de Roma? E é com um sujeito d'estes que Viriatho se fia em força moral! O Consul não perde esta occasião; e bem tolo será se a não aproveitar para vingar seu irmão Serviliano, forçado por Viriatho a assignar esta Paz.

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resado

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