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Atualizado: 2 de julho de 2025
A madre Rufina, sem desagradar ao seu director espiritual, frade carmelita de poucas lettras e muitas virtudes, era uma tolerante senhora, a quem Carlota confessara a sua inclinação ao official de marinha, resultando-lhe d'ahi ter de rezar, por conselho da tia, mais algumas devoções para que a Virgem lhe inspirasse o melhor destino n'este mundo. Carlota dizia-lhe que o seu apaixonado era pobre.
Aquella mão apertava como a do naufrago em trances de morte. Um frouxo de tosse salpicou de sangue o braço do monge, e em seguida, já quando Rufina entrava na grade com o copo, a mão de Carlota decaíu com o braço ao longo da grade, a fronte pendeu para as costas da cadeira, o outro braço já se não ergueu para tomar o copo da agua que lhe roçava os labios humidos de sangue.
Chamem tambem o capellão... Parece-me que a matei, cuidando que a salvava. Dorothea saíra, levando o alvoroço e o terror, pelos dormitorios, onde eccoavam os seus altos gemidos. Soror Rufina, desalentada, enfraquecida de espirito, e de fé, como aquelles santos de quem o Senhor se queixou, disse, lavada em lagrimas: Meu Deus! são terriveis os vossos juizos, e terriveis as vossas intenções!
Apenas a madre Rufina proferira alguns monosyllabos, Carlota fitara os olhos lucidos de um brilho sinistro no habito do monge, e, voltando-os, silenciosa, para sua tia, parecia perguntar-lhe se era aquelle Francisco Salter. Francisco! balbuciou ella. O frade estremeceu a esta voz, e encarou a freira. Francisco! repetiu ella com a voz quasi desfallecida és tu?
Rufina sondou sua sobrinha, e Carlota, antes de responder, sentiu uma convulsão estranha, que lhe fez espirrar do seio borbotões de sangue. Passada a crise, que julgaram derradeira, Carlota disse anciosamente que aceitava a visita do seu irmão, e quanto mais depressa, mais grata lhe seria. Cuidavam as amigas da moribunda que similhante impressão lhe seria salutar.
Os braços decairam com mortal quebranto. A freira abraçara-a, sustendo a cruz entre os dois seios, e invocando Jesus, e Carlota. Dorothea entrara, ouvindo os gritos de Rufina. Subira ao leito, clamando agudos ais, porque julgara morta Carlota. Vá ver se está algum medico dentro disse Rufina. Mandem-o chamar, a toda a pressa, se não estiver.
Nisto vieram chamar o Palma, que no lameiro ali em baixo andavam uns bois que não eram dele. Foi-se a buscar um marmeleiro, e depois, quando já ia para sair, disse em resumo: Fique vossemecê então, Sr.^a Fortunata. Ouves, Rufina? Talvez que ela inda não jantasse. Faz-lhe a cama lá dentro, e o resto arranjem-se.
Rufina caíu doente, e Dorothea denunciava-se á infeliz menina, evitando-a, quando mais anciosa de compaixão e carinho se sentia impellida para ella. As freiras olhavam a pobresinha com mais piedade que nunca; animavam-a como se quizessem ter parte em seu coração para a salvarem pela amizade, quando houvessem de revelar-lhe a mortal noticia.
Deus tudo faz pelo melhor... Tambem digo o mesmo atalhou Rufina. E o mano agora que lhe quer? Consolal-a? Quero dizer-lhe que é preciso mudar de rumo, e tirar o sentido do homem que morreu. Isso ha de dizer-se-lhe por outras palavras menos terminantes. Isso lá é bom p'rá mana; eu cá digo as cousas como sei.
A este tempo já a madre porteira, alarmada pelo estrondo da quéda, entrava pressurosa na grade, e vendo Carlota no chão, chamou-a a altos gritos. Houve grande rumor no convento, e entre as muitas pessoas que desceram á portaria, vinham D. Rufina e a noviça.
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