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Atualizado: 2 de julho de 2025


D. Rufina, sorrindo com fagueira graça, abriu a carta, sentou-se na cama de Carlota, e acompanhou a leitura com suas glosas, não deixando sem ellas a menor phrase esperançosa. A respiração profunda de Carlota, o convulsivo soluçar, o gemido indomavel que lhe fugia em agudissimos ais, interromperam, muitas vezes, a leitora.

Ella e Rufina revezavam-se ao da pensativa menina, que parecia querer fugir-lhes, não para se carpir, mas para orar; que, na oração sentia Carlota outro espirito em si, o murmurio de outros labios supplicantes, a fervorosa crença de Mendonça inflammar-lhe a .

Era Carlota que lhe dizia: Oremos pela alma do infeliz. Correu ao leito, correram as religiosas que entraram com Dorothea. Viram Carlota Angela com as mãos erguidas, e a face coberta de lagrimas. Ergueram tambem as mãos, choraram tambem, ajoelharam, vendo Rufina de joelhos.

Perguntou elle a soror Rufina, se teria duvida em entregar-lhe uma carta. A freira hesitou emquanto Mendonça lhe não disse que a carta seria um lenitivo para Carlota, e talvez um balsamo de completa cura. Qual deva ser a efficacia d'esse balsamo infere-se da carta que se copia textualmente no capitulo immediato. Dans le monde tout est confondu.

Fizeram vão esforço para levantal-a, algumas freiras que a rodearam. Carlota não respondia, apenas respirava; quiz obedecer ao impulso que lhe davam para erguer-se, mas á pallidez, ao turvamento da vista, seguiu-se o desmaio. Soror Rufina, Dorothea, e as outras ergueram o alarido do susto.

A senhora Rufina foi de parecer que doido ele andava. Passavam-se dias que não aparecia em casa do tio José Garção, que o levara logo para ele, mal a Sr.^a Fortunata o deixara. Por onde andava? que fazia? Contava-se que uma noite dormira numa coutada, no mesmo telheiro que os porcos. Que doutra vez fora ter com o vigário para que lhe baptizasse o filho, dizendo que tinha nascido.

A Rufina dirigiu-se logo ao piano e a Therezinha, morta por cantar, começou a fazer caretas e a desculpar-se, que estava sem voz, que não se sentia bôa da garganta, que hoje não, para outra vez cantaria. Mas o Belchior e o Custodio insistiram, que cantasse, que eram desculpas de mau pagador, que quem tinha uma voz tão bonita não devia ser tão avara do seu thesouro.

Antonio, disse com a mais comica paciencia soror Rufina cuido que v. m. merece uma menina de merecimentos muito superiores aos da minha pobre sobrinha. Se ella o não sabe avaliar ao justo, é porque está inclinada para a religião, onde nem todas as pessoas são doudas, snr. Antonio. v. m. na graça de Deus, escolha entre tantas meninas que se lhe offerecem a melhor, e seja muito feliz.

Serena e carinhosa, como sempre o fora, desde que a desgraça entrara em sua casa, respondeu-lhe que não tivesse elle cuidado com a sua profissão, porque a prelada a recebia pela prenda da musica, em que ella estudava continuamente, e a tia Rufina lhe fazia as pequenas despezas necessarias para a profissão.

Se conheço!... disse com meigo sorriso, Carlota, abraçando-a pelo pescoço. Rufina estremeceu de alegria, comprimindo com transporte o seio da sobrinha ao seu, e cobrindo-lhe de lagrimas e beijos a face.

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