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Primo lhe chamamos nós, porque a tia Victoria teima que, sendo elle sobrinho da tia Dorothéa, é nosso primo tambem. Ah? ahi vamos? E Lena?... Lena, Christe, todos lhe chamam por assim. O herbanario poz-se a murmurar algumas palavras inintelligiveis, terminando por estas: E, como no Egypto, é o vento sul que traz a praga dos gafanhotos. Mas Deus que vele, Deus que vele.

Na vespera de voltar Simão para Braga, a Lena deu-lhe uma pequenina cruz de metal suspensa d'uma fita verde. Toma disse, ella, pondo-lhe a fita ao pescoço.

Ai, Lena, Lena, que não sei bem o que devo pensar de todas estas coisas. A morgadinha parecia um pouco perturbada com as palavras do herbanario. Que ha de pensar? Ha nada mais natural? Angelo foi que me deu o exemplo. Elle sabia o amor que Augusto tem á leitura. Porém o cofre de Angelo é pequenino, bem sabe; emquanto que eu chego a nem saber em que hei de consumir o que me sobra.

Olha que aquelles fidalgos são os teus bemfeitores. Ouviste? O pequeno ouvia-a sem poder falar. Sentia comprimida a garganta e os olhos embaciados de lagrimas. Passou quasi toda a noite em claro. A idéa da separação proxima fazia o chorar copiosamente. Escondia a cabeça debaixo do lençol; e alli, collado á parede, chorava e soluçava baixinho, com receio de acordar a Lena.

Angelo, a cuja prompta intelligencia não tinha ficado latente o verdadeiro sentido d'este dialogo, graças tambem ao conhecimento que elle tinha, havia muito, do coração de sua irmã e do de Augusto, respondeu por elle: Não te enganaste, não, Lena. Tambem eu digo que Augusto não partirá. E Augusto sem protestar!

N'esse mesmo dia, a Josepha vestiu-lhe camisa lavada e o melhor fato, e foi com elle a casa do padrinho. A Lena não vem? perguntava o Simão com pena de a deixar . Pelo caminho, a idéa da separação aterrava-o. Eu não torno a ver a Lena, minha mãe? insistia elle, virando para a Josepha os olhos supplicantes. Ao chegarem a casa de D. Bernardo, a mulher explicou o motivo da visita.

Como pae, havia as lagrimas da filha a convencel-o, e a eloquencia d'este argumento das lagrimas em olhos de mulher, é geralmente sabida: quanto mais se a mulher é joven e bella! quanto mais se a mulher é filha! Sem o menor vestigio da irritação anterior, o conselheiro ergueu Magdalena, apertou-a ao seio e disse-lhe meigamente: Por que choras tu, Lena? Creança!

A voz de Magdalena perdera o tom de ironia, que ás vezes tinha, e tomára quasi o da commoção. Christina arrependeu-se logo do que dissera, e, tambem commovida, apertou as mãos da amiga. Não faças caso do que eu disse, Lena; perdôa-me. Quando eu duvidar de ti, pedirei a Deus que me tire a vida, porque terei , para tudo e para sempre, envenenado o coração.

A morgadinha veio, sem ser sentida, abraçal-a, dizendo: Pago-te hoje o abraço que me déste no outro dia; mas eu escuso de te perguntar... «Pois tu amaval-oAi, Lena!... exclamou Christina, cada vez chorando mais.

O conselheiro interrompia a cada momento a leitura com bocejos, ou fazia notar alguma mais exorbitante pretensão de tantas que examinava. Era evidente que todas aquellas cabeças estavam pouco preoccupadas com os assumptos apparentes das suas cogitações. Ó Lena! dizia Christina, que pela terceira vez chamava a prima, sem conseguir ser ouvida que tens tu esta manhã?

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