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«Em compensação, um editor Mecenas, um protector das lettras com loja de livros n'uma escada, offerecera-lhe o honroso logar de traductor dos romances de Paulo de Kock, e de outros notaveis escriptores francezes, com o pingue ordenado de tres mil réis por mez. Este homem era tido pelos seus collegas como um perdulario.

Conhecia-os como um vigilante examinador da origem da immoralidade. Alvaro conhecia alguns e honrava-os com a posse privilegiada de uma pequena estante que decorava no seu quarto. Fr. Antonio reparava nas encadernações de marroquim douradas, e nos titulos com que os licenciosos Paulo de Kock e Pigault Lebrun assignalaram os seus thesouros de libertinagem, escandalos da prevertida arte de imprimir.

E nós? Reimprimimos os nossos chronistas? Publicamos os nossos numerosos ineditos? Revolvemos os archivos? Estudamos os monumentos, as leis, os usos, as crenças, os livros, herdados de avoengos? Não. Vamos todos os dias ás lojas dos livreiros saber se chegou alguma nova semsaboria de Paul de Kock; alguma exaggeração novelleira do pseudonymo Michel Massan; algum libello antisocial de Lamennais.

Toda a gente, á excepção das pessoas rigorosamente religiosas que parecem temer-se do contagio, como se a consciencia do dever lhes não fosse bastante cordão sanitario contra a infecção das idéas dissolventes. Ha tantissimas damas de irreprehensivel estylo de vida que, na sua mocidade, releram aquellas despeitoradas folias de Paulo de Kock!

Lia-se então copiosamente a obra emocional de Paul de Kock; e os hierophantas do reino restaurado folheavam com mão diurna e nocturna a Republica de Platão, onde o grande legislador, em pleno luxo de policiamento hellenico, preceituava que as mulheres passassem de mão em mão.

Quando o marquez d'Urfé escrevia as suas novellas pastoraes, embrincadas de polidissima cortezia nos amores, vivia-se em França, pouco mais ou menos, como nos romances de Soulié, de Kock e de Feydeau. Ha de tudo. Ha muitissima gente honesta que a Lelia de Sand, e muitissima gente de ruins manhas que a Fabiola do cardeal Wisemann.

Dos escripturarios, um, tendo terminado a sua facil tarefa, aproveitou-se da distracção de Manoel Quentino, tirou ás escondidas da escrivaninha um romance de Paulo de Kock e pôz-se a lel-o, com a sôfrega curiosidade dos dezesete annos; o outro occupou o tempo a escrever uma carta de amores á dama dos seus pensamentos, carta em que, por incidente, foram inclusas algumas allusões epigrammaticas ao guarda-livros, a quem entre outras cousas se chamava «Argos desapiedado»; o rapaz de serviço, deixado tambem em disponibilidade, entretinha-se a perseguir as moscas da vidraça ou a traçar com o dedo lettras maiusculas nos vidros, que humedecia com o bafo.

Palavra Do Dia

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