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Era um velho devasso e histrião bom guia Para mostrar de noute, aos baços candieiros, As casas de bordeis aos velhos estrangeiros. Encontravam-o sempre a errar, imbecilmente; Era alto, magro, hostil, e dava-se á aguardente

E, no emtanto, apesar da sua historia triste, Se os tempos tem corrido, a Lyra ainda existe Do devasso real, do lyrico histrião... Seu canto inda nos prende e ouvimol-o sem susto, E, ó Terror! ó Terror! eu que amo o Forte e o Justo, Ouço-o ás vezes tambem, dentro do coração!

Mas não quero contar o drama agora do Brilhante, do Leque, e do Farrapo, da meretriz que no bordel descóra, do amor do Charco, do histrião, do sapo; nem a farça de sangue a toda a hora, do Ouro e do Velludo o rico trapo, nem a sina immoral sinistra e crua da historia diabolica da Rua.

Assim, meu Jacintho, na Cidade, n'esta creação tão anti-natural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o ceu, e a gente vive acamada nos predios como o panninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através d'arames o homem apparece como uma creatura anti-humana, sem belleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si um espirito que é passivo como um escravo ou impudente como um histrião... E aqui tem o bello Jacintho o que é a bella Cidade!

Mas era um gladiador, um histrião sómente, escória de plebeus, e filho d'um liberto, do qual o Povo Rei olhava indifferente, sem magua a sua morte irremediavel, perto, como o leão contempla as nuvens do Orienta, ou como a esphinge fita a areia do deserto!

Conta um velho histrião, descabellado e pallido, Da féra sanguinaria o instincto vil e mau, E vae chicoteando um urso meio invalido Que lambe as mãos ao povo e faz jogo de páu. Depois inclina a face e obriga a que lh'a beije A fera legendaria olhada com pavor: E uma deosa gentil, vestida de bareje, Annuncia o prodigio a rufo de tambor!

Correi de toda a parte, aligeirae o passo, Deixae a grande lida e vinde á rua vêr As prendas d'uma fera, as galas d'um palhaço, E um archanjo que sua e pede de beber! A tua imagem tens ó povo legendario No comico festim que mal podes pagar, Pois tu ainda és no mundo o velho dromedario Que a vara do histrião nas praças faz dansar.

Não fui eu que açoutei as santas dynastias, ao chicote infernal dos chascos e ironias, que sibilam no ar qual feixe de serpentes... Jamais calumniei... Mentes, ó Velho! Mentes! Mentes, velho histrião d'um throno gasto e ôco! Mentes homem venal, mentes despota louco! Mentes servil plebeu, indigno latrinario! Tu foste n'outro tempo o irado pamphletario de pamphletos crueis na sordida trapeira!

Porque não fôra elle um rude marinheiro, luctando com o Mar, os Ventos, o Revez, sem recear da Plebe o grito carniceiro, nem temer o histrião calcando-o sob os pés, e, uma noite, morrer, por entre um nevoeiro, ou junto á loura amante, á lua das marés!?

Nenhum outro lhe daria o salve compassivo que eu lhe dou, depois de trinta annos. Oh vida! vida!............................................................ Grandes devem ter sido as provações de quem souber tilintar os guizos do histrião para que lhe não ouçam os gemidos!... Chorar no coração, e rir no espirito...

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