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Atualizado: 18 de novembro de 2025


Em Herculano havia duas almas, que mantinham entre si um perfeito equilibrio: uma, religiosa e poetica; outra, philosophica e propensa ao scepticismo. A primeira fez d'elle um escriptor de primeira ordem; a segunda, um pensador profundo, que eliminou da nossa historia tudo quanto nella havia phantastico e milagroso.

Se elle tivesse o instincto politico dos outros seus companheiros de emigração, poria o fito em escalar o parlamento, fosse como fosse. O caso era entrar, para chegar. Mas ao passo que Garrett comprehendia isso, Herculano não o comprehendia assim. Por isso Garrett chegou a ministro, e Herculano abandonou a vida politica.

Por motivos de dignidade pessoal se despedira A. Herculano em 1873 de director da importante publicação academica Portugaliae Monumenta Historica. Conversando então particularmente ácerca do futuro desta publicação dizia elle que João Pedro da Costa Basto poderia continuá-la ao menos até determinado fascículo.

A verdade é que A. Herculano manteve na camara os mesmos principios em que toda a colligação liberal e os poderes constituidos estribaram depois os seus protestos contra a nova solução de continuidade do systema representativo.

Mas o espirito de Herculano não passou por transformações tão bruscas; em nenhuma epocha da sua vida se mostrou partidario do ultramontanismo; nunca defendeu a infallibilidade do papa; até nas suas poesias simultaneamente religiosas, philosophicas e liberaes, onde estão profundamente gravados os sentimentos e idéas da sua ardente mocidade, transluzem referencias aos padres hypocritas e fanaticos.

Alexandre Herculano padecera as contrariedades da guerra civil, emigrára na onda dos liberaes que fugiram ao triangulo do patibulo, e voltára com D. Pedro a Portugal.

Esse paladino e sonhador, que tão gloriosa orbita seguiu e, perfazendo-a, nella consumou a existencia, tem na historia de Portugal o nome de Alexandre Herculano.

No anno de 1843, isto é, tres annos antes da publicação do primeiro volume da Historia de Portugal, escreveu Herculano no Panorama um excellente artigo ácerca do christianismo e da philosophia, onde mostra não a grande discordancia que tem reinado entre os philosophos em materia de moral, mas tambem a constancia e immutabilidade das crenças religiosas; nelle se encontram os seguintes periodos: «Desde a moral de Platão deduzida do amor da formosura divina: desde a moral de Epicuro, moral negativa, que põe o profundo desprezo da humanidade como pedra angular do proceder humano: desde as escolas da Grecia até o materialismo grosseiro dos encyclopedistas, que maximas, que regra de acções deixou de ter altares, deixou de ser condemnada?

Demais, o poeta não lucraria com estas transcripções a esmo, sobre não poderes fazer do livro uma ideia exacta, á mingua de apreciador conspicuo. Alexandre Herculano diz bem: a critica em Portugal é impossivel.

Nas Questões de litteratura e arte diz o sr. Theophilo Braga que as primeiras impressões do espirito de Herculano o tornaram um padre por dentro.

Palavra Do Dia

affirmativamente

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