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Atualizado: 27 de junho de 2025
Todo o dia aquelle recanto da Sé, o pateo, o barracão, o alto muro ao lado coberto de parietarias, a casa ao fundo com a sua janella de portada negra n'uma parede lazeirenta, permaneciam n'um silencio, n'uma sombra humida: e os meninos do côro, que ás vezes se arriscavam a ir pé-ante-pé, pelo pateo, espreitar o tio Esguelhas, viam-no invariavelmente curvado á lareira, com o cachimbo na mão, cuspilhando tristemente para as cinzas.
Na vespera o padre Amaro tinha prevenido o tio Esguelhas, que deixava a porta da rua apenas cerrada, depois de ter varrido toda a casa e preparado o quarto para a pratica do senhor parocho.
Em todo o caso, tio Esguelhas, acrescentou sorrindo com solicitude pelo sineiro, aconselho-lhe que n'esses casos é melhor não se arriscar. Sempre é estar no alto, e perto da trovoada... Vamos a isso, tio Mathias. E recebeu sobre os hombros a casula, murmurando com muita compostura: -Domine, quis dixisti jugum meum... Aperte mais os cordões por traz, tio Mathias. Suave est, et onus meum leve...
O tio Esguelhas passava na Sé, entre os serventes e os sacristães, por um macambusio. Tinha uma perna cortada e usava muleta: e alguns sacerdotes, que desejariam o emprego para os seus protegidos, sustentavam mesmo que aquelle defeito o tornava, segundo a Regra, improprio para o serviço da Igreja.
A abrir-lhe a alma ás bellezas dos livros santos, da historia dos martyres e da oração!... Está decidido, tio Esguelhas, exclamou, esfregando as mãos de jubilo.
Esqueceram as horas; e Amelia só se decidiu a saltar do leito quando ouviram em baixo na cozinha a muleta do tio Esguelhas.
Mesmo ao Benedicat, depois de ter começado a benção voltado para o altar para recolher do Deus vivo o deposito da Misericordia, terminou-a, virando-se devagar para o tio Esguelhas especialmente, como para lhe dar a elle só as Graças e Dons de Nosso Senhor! E agora, tio Esguelhas, disse-lhe baixo ao entrar na sacristia, vá-me esperar ao pateo que temos que conversar.
Amaro, com bondade, consolava o velho: de que servia á desgraçada rapariga a vida para a passar estirada n'uma cama? Sempre era viver, senhor parocho... E eu, veja agora isto, sósinho de dia e de noite! Todos têm as suas solidões, tio Esguelhas, dizia melancolicamente Amaro. O sineiro então suspirava, perguntava pela snr.^a D. Josepha, pela menina Amelia... Lá está na quinta.
O tio Esguelhas voltou-se; e reconhecendo o parocho, por entre o véo das lagrimas que lhe alagavam os olhos, tomou-lhe a mão, quiz beijar-lh'a. Amaro recuou: Então, tio Esguelhas!... Deus ha de ser misericordioso, ha de lhe levar em conta a sua dôr... Elle não o escutava, sacudido d'um pranto convulsivo, emquanto a mulher, muito tranquillamente, limpava ora um ora outro canto do olho.
De resto não se sabia a natureza do endemoninhamento da paralytica: a snr.^a D. Maria da Assumpção ouvira dizer que consistia em uivar como um lobo; a Gansosinho, em outra versão, assegurava que a desgraçada se dilacerava com as unhas... O tio Esguelhas, esse, quando lhe perguntavam pela rapariga, respondia sêccamente: Lá está.
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